Presidente de Angola garante que relações com Portugal "estão boas"

João Lourenço discursou no Parlamento Europeu em Estrasburgo. A visita oficial a Lisboa só vai acontecer depois de António Costa ir a Luanda, o que vai acontecer "antes do fim deste ano", disse.

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João Lourenço discursou no Parlamento Europeu VINCENT KESSLER

O Presidente de Angola, João Lourenço, garantiu nesta quarta-feira em Estrasburgo que as relações bilaterais com Portugal “estão boas” e anunciou que até ao fim deste ano receberá em Luanda o primeiro-ministro português, António Costa.

Não foi por causa do chamado “caso Manuel Vicente” que a visita oficial do primeiro-ministro de Portugal ainda não aconteceu ou que o Presidente angolano ainda não viajou oficialmente até Lisboa, assegurou João Lourenço. Foi possível conjugar o calendário dos governantes dos dois países, explicou em declarações aos jornalistas depois de discursar numa sessão solene do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

“As visitas a este nível de chefes de Estado têm de ser preparadas com uma certa antecedência. Nós acordámos com as autoridades portuguesas que antes da minha deslocação a Portugal devo receber o primeiro-ministro português em Angola. Este processo está em curso, posso garantir que, de acordo com a agenda do próprio primeiro-ministro António Costa, ainda este ano a visita vai acontecer”, garantiu o Presidente angolano.

“Só depende do acerto de calendários”, frisou, quando questionado se as deslocações tinham sido atrasadas devido ao processo judicial que envolvia o  ex-vice-presidente Manuel Vicente, acusado de corrupção activa, branqueamento de capitais e falsificação de documento. “Absolutamente não”, disse João Lourenço.

À chegada ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo, o Presidente angolano manifestou a sua intenção de debater alguns dos temas da agenda dos eurodeputados e líderes das instituições europeias, nomeadamente aquelas que têm a ver com a segurança e o combate ao terrorismo ou ainda a questão das migrações. “É necessário controlar a imigração dos últimos anos, que em nada nos honra, antes nos envergonha”, disse. 

“Nenhum governante quer ver os seus filhos abandonar o país e sobretudo naquelas condições desumanas em que o processo está a decorrer. Imigrações sempre houve no mundo, mas não nestas condições, com perdas de vidas humanas durante a travessia. Ninguém quer que os filhos da sua pátria e do seu continente passem por uma privação tão grande quanto esta”, comentou.

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