PSD desconhece âmbito das buscas e deixa investigação nas mãos da justiça

Partido deu acesso ao sistema onde estão guardados os dados de facturas, mas diz que desconhece âmbito da investigação. Para já, partido não faz diligências internas.

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O secretário-geral do PSD deu esta quarta-feira uma conferência de imprensa Paulo Pimenta

O PSD confirma que a sede do partido foi alvo de buscas no âmbito da Operação Tutti Frutti, que investiga suspeitas de corrupção de alguns membros do partido e do PS, no âmbito do seu trabalho enquanto autarcas, mas não especifica o que está em causa.

O secretário-geral do partido, José Silvano, confirmou que o PSD disponibilizou às autoridades os dados que lhe foram solicitados, nomeadamente o sistema onde o partido guarda o registo das faturas. E explicou que as buscas terem abrangido a sede nacional deve-se ao facto de ser na sede que, "depois de aprovadas as contas, se consolidam todas as contas das estruturas partidárias".

Em resposta aos jornalistas numa conferência de imprensa para explicar o assunto, o responsável do partido explicou que deu acesso ao sistema informático, mas que não foi referido pelos investigadores o que queriam em específico. 

Na mesma conferência de imprensa, José Silvano começou por limpar a imagem do actual líder do partido, dizendo que as investigações são "sobre factos anteriores à eleição deste líder do partido e desta direcção do partido" e que como a direcção se pauta pela defesa do "combate à corrupção e compadrio", não colocou "qualquer obstáculo à busca da verdade" por parte das autoridades.

"Disponibilizámos todos os documentos pedidos e espaços para a sua consulta sem quaisquer restrições", disse o social-democrata. Que admitiu, porém, que a investigação possa prejudicar o partido: "Isto tem todo o impacto na opinião pública. Paga o justo pelo pecador, é como as batatas: uma batata podre contamina todas as outras”.

Para já, pouco adiantou sobre o que se passa, dizendo que não sabe o nome dos envolvidos. Questionado sobre se o PSD vai chamar os membros alegadamente envolvidos na investigação, como o conselheiro nacional Carlos Eduardo Reis, que estará no centro das investigações, Silvano disse que não haveria para já qualquer investigação interna, uma vez que o caso se encontra nas mãos das autoridades judiciais. "Só podemos falar nisso se houver transição em julgado", confirmando por isso que só avançará com alguma medida de suspensão, de acordo com os estatutos do partido, se alguém for condenado. "Recebemos com surpresa os investigadores. Não sabemos, estará em segredo de justiça. Não sabemos os eventuais acusados e os crimes", afirmou.

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