CTG sonda interesse de empresas europeias na EDP Renováveis

Empresa chinesa que quer comprar a totalidade da EDP pondera desfazer-se de activos para evitar chumbo norte-americano ao negócio.

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A EDP tem 83% da EDP Renováveis Paulo Pimenta

A China Three Gorges (CTG) realizou contactos com grandes empresas europeias para sondar o seu interesse na EDP Renováveis, a empresa de energias limpas da EDP, noticiou a Reuters esta terça-feira.

Citando três fontes conhecedoras do processo, a agência noticiosa diz que na lista de utilities (empresas de serviços públicos) contactadas pela CTG estiveram a italiana Enel (que em Portugal tem a Endesa), a espanhola Iberdrola, a francesa Engie e as alemãs E.ON e RWE.

Este movimento pode ser visto como uma tentativa da CTG para encontrar compradores para os activos que a EDP Renováveis tem nos Estados Unidos, contornando um possível chumbo das autoridades norte-americanas à tomada de controlo destes activos por um investidor chinês.

A autorização das autoridades nas várias jurisdições em que a EDP e a EDP Renováveis estão presentes é uma das condições de lançamento da Oferta Pública de Aquisição (OPA) anunciada em Maio sobre a totalidade do capital da EDP e da EDP Renováveis (a CTG tem 23,27% da EDP, que tem 83% da EDP Renováveis).

De acordo com uma das fontes contactadas pela Reuters, ainda que a Engie possa ter interesse no portefólio norte-americano da Renováveis (essencialmente eólico), as outras empresas não estarão interessadas.

A notícia chega num momento em que o presidente da EDP, António Mexia, já tem agendados encontros com investidores internacionais para reforçar a ideia de que o preço proposto pela (CTG) – 3,26 euros por acção – é insuficiente, como a eléctrica sublinhou no relatório de avaliação da oferta divulgado a 9 de Junho, em que desaconselhou os accionistas de venderem por este valor.

Também surge na véspera de uma assembleia geral de accionistas da EDP Renováveis em que serão eleitos os novos membros do conselho de administração da empresa, com a novidade de poderem passar a estar representados neste órgão accionistas minoritários com quase 6% da empresa, como as gestoras Axxion e Massachusetts Financial Services.

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