As entregas de comida podem matar a cozinha doméstica?

De acordo com um estudo do UBS, banco de investimento, o desenvolvimento dos serviços de entrega como Uber Eats e Glovo pode significar a morte da cozinha dentro de dez anos.

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Unsplash/Kai Pilger

Será que, com o desenvolvimento de aplicações como a Uber Eats e a Glovo, a cozinha doméstica tem morte anunciada? É essa a questão que o banco de investimento UBS lança numa nota dirigida aos investidores, Is the kitchen dead?. E, de acordo com o estudo conduzido é provável que tal aconteça até 2030.

Há décadas que certos tipos de restaurantes – em grande parte dos casos, pizzarias – nos habituaram a receber em casa a comida sem pôr o pé na rua. Também já existem há alguns anos empresas de entrega que expandiram o espectro da oferta, além dos espaços que estavam dispostos a entregar ao domicílio. Com a chegada recente de aplicações de entrega de comida, esta opção tornou-se ainda mais simples para o consumidor. E está a tornar-se cada vez mais popular.

De acordo com o UBS "poderá haver um cenário no qual em 2030 a maioria das refeições actualmente cozinhados em casa são, em vez disso, encomendadas online e entregues por restaurantes ou cozinhas centrais", diz o relatório, citado pelo Business Insider.

Neste cenário, continua ainda o jornal, as pessoas encomendariam várias refeições por semana, iriam menos ao supermercado – até porque existem serviços de entrega de ingredientes como a Blue Apron – e a restaurantes e o custo de produção e entrega seria muito menor, graças à ajuda de robots e drones de entrega, algo que a Amazon, por exemplo, já começou a testar há vários anos. "As ramificações para as indústrias do retalho, produtores e restauração poderiam ser materiais, bem como o impacto no mercado imobiliário, electrodomésticos e robótica", avisa a nota do UBS.

De acordo com o estudo, a maioria das refeições passaria a vir de "dark kitchens", espaços centralizados em que funcionários ou robots preparariam diferentes tipos de comida. É, aliás, um modelo já testado pela empresa britânica Deliveroo, que funciona de forma semelhante à Uber Eats. Assim, o mercado de entregas de produtos alimentares (preparados ou não) poderá atingir uma dimensão de 365 mil milhões de dólares (aproximadamente 312,8 mil milhões de euros), escreve o Business Insider.

Há porém factores que poderão atrasar ou desviar a rota prevista pelo UBS: as reivindicações dos trabalhadores independentes, que trabalham para estas empresas de entregas; novas regulamentações governamentais; a tendência de comer de forma saudável e a velocidade do desenvolvimento da robótica, por exemplo.

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