Avaliação individual: Adrien em alta, com e sem bola

As notas dos jogadores portugueses na sequência da exibição diante do Irão.

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Reuters/LUCY NICHOLSON

Rui Patrício (6)

Foi um jogo francamente ingrato para o agora guarda-redes do Wolverhampton, que nos cinco minutos de compensação teve mais trabalho do que nos 90 restantes. Somou apenas uma defesa, sofreu um golo de grande penalidade e reduziu o ângulo de remate a Taremi, no lance que poderia ter atirado Portugal para fora da prova.
Minutos 90 Defesas 1 Faltas sofridas 1

Cédric (6)

Globalmente, teve uma noite positiva. Foi um dos poucos capazes de acelerarem o ritmo e arrancou um par de cruzamentos promissores. Em matéria de intensidade, não recebe lições de ninguém. No lance da grande penalidade, acaba traído pelo movimento do braço no salto, mas, acima de tudo, pelo excesso de zelo da equipa de arbitragem.
Minutos 90 Desarmes 1 Faltas cometidas 2 Passes 55

Pepe (7)

Controlou quase sempre com eficácia o espaço aéreo, ganhando as primeiras bolas quando o Irão procurou jogar longo. Com William coberto, assumiu por vezes a saída de bola e não comprometeu. E aquele corte para canto, aos 58’, após um cruzamento da direita, foi absolutamente providencial.
Minutos 90 Desarmes 2 Faltas cometidas 0 Passes 58

José Fonte (6)

É verdade que não se pode esperar mundos e fundos de José Fonte quando é obrigado a iniciar a construção. Joga sempre pelo seguro e isso muitas vezes impede Portugal de produzir um futebol mais associativo. Mas, no seu habitat, cumpriu. Contribuiu para anular Azmoun (e mais tarde Ghoddos) e tentou sempre que a equipa subisse linhas para encurralar o Irão. Minutos 90 Desarmes 0 Faltas cometidas 0 Passes 76

Raphaël Guerreiro (6)

Arriscou um pouco mais do que se vira diante de Espanha e Marrocos (até porque teve mais liberdade) e ainda conseguiu ligações pelo corredor, com João Mário e Ronaldo. Quando foi preciso criar superioridade no corredor central, também derivou para dentro e deu soluções de passe. A defender, raramente esteve em apuros.
Minutos 90 Passes 55 Faltas cometidas 2 Remates 1

William Carvalho (6)

Teve uma noite difícil. Sempre vigiado de perto por Azmoun, que tinha a missão de o impedir de receber para construir, foi forçado a improvisar com passes de recurso que nem sempre lhe saíram bem e não tiveram o condão de aproximar Portugal de zonas de criação. Foi inteligente, especialmente no segundo tempo, a promover o arrastamento de adversários para libertar Pepe para a construção.
Minutos 90 Desarmes 1 Faltas sofridas 2 Passes 85

Adrien Silva (8)

Foi uma das três novidades promovidas por Fernando Santos e deu conta do recado. A desempenhar o papel que é habitualmente de João Moutinho, Adrien foi gigante, mesmo quando William foi apanhado na teia do pressing. Inteligente com bola (é capaz de variar o centro do jogo ou de procurar o espaço livre com futebol mais curto) e sem ela (esteve quase sempre bem posicionado e foi determinante para quebrar muitas tentativas do Irão de sair em contragolpe), somou recuperações atrás de recuperações e associou-se muitas vezes com João Mário, Ronaldo e Quaresma. Numa dessas acções de ligação, contribuiu para o golo de Portugal, com um toque habilidoso que proporcionou a Quaresma, após uma triangulação, o espaço necessário para armar o remate. Tal como aconteceu no Euro 2016, ameaça ir subindo de produção e ganhar um papel cada vez mais preponderante no meio-campo nacional.
Minutos 90 Remates 1 Oportunidades criadas 2 Desarmes 2 Passes 107

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João Mário (6)

A partir do corredor esquerdo, procurou combinações para romper por dentro, mas raramente conseguiu receber com liberdade. Em certos momentos, pareceu demasiado passivo, demorando a reagir e a ocupar espaços que se foram gerando entre as linhas média e defensiva do Irão. 
Minutos 84 Passes 62 Oportunidades criadas 3

Quaresma (7)

Mesmo que não tivesse feito rigorosamente mais nada, já valia a pena ter entrado em campo para assinar aquele momento. O remate que desferiu aos 45’ não empurrou apenas Portugal para os “oitavos”: foi mais um tratado de técnica e de génio individual. Foi de longe o elemento que mais desequilibrou em drible e ainda arriscou alguns cruzamentos perigosos. Saiu aos 70’, depois de ter visto um cartão amarelo (e de no lance anterior ter sofrido uma falta muito feia).
Minutos 70 Remates 2 Passes 25 Oportunidades criadas 1

Cristiano Ronaldo (6)

É uma raridade ver Cristiano Ronaldo falhar um penálti (e o avançado até já tinha marcado ao Irão dessa forma em 2006), mas ontem esse duelo da marca dos 11 metros foi ganho por Beiranvand. Não beneficiou tanto quanto poderia esperar-se da companhia de André Silva, porque durante a maior parte do jogo o Irão manteve um 4x5x1 muito baixo e rigoroso. E mesmo quando arriscou acções individuais, não as concluiu da melhor forma. Ainda assim, foi importante a arrastar marcações e a pedir a bola em zonas mais baixas para tentar combinar por dentro.
Minutos 90 Faltas sofridas 4 Remates 5 Passes 30

André Silva (5)

Sentiu enormes dificuldades para encontrar espaço para manobrar. Sem conseguir atacar a profundidade, porque o Irão apresentou um bloco baixo, vagueou muitas vezes entre os centrais, perdeu a maioria dos duelos aéreos e andou mais longe das zonas de finalização do que seria de esperar numa equipa que controlou quase todo o encontro com bola. Especialmente nos últimos 15 minutos, baixou no terreno (acompanhando a tendência da equipa) e tentou sair a jogar, mas um erro num passe aparentemente fácil acabou por estar na origem do penálti que resultou no empate.
Minutos 90 Faltas sofridas 2 Remates 1 Passes 27

Bernardo Silva (6)

Jogou os últimos 20 minutos e ainda foi a tempo de dar um ar da sua graça, com um passe de ruptura que deixou Portugal em boa posição para uma transição ofensiva e com mais um par de decisões felizes, que permitiram à selecção respirar quando o Irão arriscou tudo. É um jogador tremendamente esclarecido, que sublinhou neste curto período (em que rendeu Quaresma no flanco direito) toda a qualidade que não tinha vindo ao de cima nos dois encontros anteriores.
Minutos 20 Faltas sofridas 0 Passes 5 Toques 7

João Moutinho (6)

Foi lançado numa altura em que o Irão já colocava quatro homens na frente e teve a missão de ajudar William a ganhar as segundas bolas e a sair com critério para a transição. Não chegou a ter oportunidade de mostrar o seu futebol geométrico, mas garantiu o equilíbrio no corredor central nos momentos de maior aperto.
Minutos 6 Toques 3 Faltas sofridas 0 Passes 3

Gonçalo Guedes (-)

Esteve cerca de um minuto em campo. Deu apenas para somar mais uma internacionalização e para consolar alguns adversários.
Minutos 1 Toques 1 Faltas sofridas 0 Passes 0

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