Bruno de Carvalho pode participar na AG na “estrita condição de sócio”

Pedido da comissão de fiscalização autorizado por Marta Soares.

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Sócios do Sporting vão votar a destituição da direcção liderada por Bruno de Carvalho LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Bruno de Carvalho e os restantes seis elementos do Conselho Directivo do Sporting, suspensos preventivamente, podem marcar presença na assembleia geral (AG) de sábado “na estrita condição de sócios”, autorizou o presidente da mesa da AG do clube.

Na decisão, com data de quarta-feira, e a que a agência Lusa teve acesso nesta quinta-feira, Jaime Marta Soares concordou e deferiu o pedido feito pela comissão de fiscalização (CF) à mesa da AG do Sporting, para que o Conselho Directivo pudesse participar na AG de sábado, na Altice Arena, em Lisboa, na qual um dos dois pontos a votação é a sua possível destituição.

“Esta comissão teve em consideração que o âmbito da ordem de trabalhos e o objectivo da AG convocada ficarão melhor salvaguardados com a presença daqueles, em termos que lhes assegurem o contraditório em igualdade de condições com os demais sócios”, refere o requerimento enviado pela CF à mesa da AG do Sporting.

Assim, a CF, composta por Henrique Monteiro, João Duque, António Paulo Santos, Luís Pinto de Sousa e Rita Garcia Pereira, pediu ao presidente da mesa da AG para que admitisse, “caso os mesmos assim o entendam”, a presença dos elementos do Conselho Directivo suspenso: Bruno de Carvalho, Carlos Vieira, Rui Caeiro, José Quintela, Luís Roque, Luís Gestas e Alexandre Godinho.

Na explicação da forma como a AG se vai processar, Marta Soares informou que ela terá início às 14h, embora as portas sejam abertas às 12h. A AG será também filmada e gravada, mas as imagens não serão divulgadas. No momento em que efectuarem a credenciação, cada sócio receberá um boletim de voto, de modo que já não poderá sair do pavilhão. A votação encerrará às 20h, os boletins de voto serão colocados em urnas transparentes e todo o processo, bem como a contagem, será feito à frente dos sócios.

Bruno de Carvalho já reiterou publicamente “estar impedido”, tal como o restante Conselho Directivo, de marcar presença na AG destitutiva, agendada para 23 de Junho, alegando estar suspenso de funções e que os estatutos não permitem a sua presença. “Estou impedido por esta mesa que eu considero ilegal. Os estatutos não me permitem. Vai ser feito um julgamento em praça pública sem que as pessoas se possam defender. É um golpe, é uma forma de nos afastarem”, afirmou o presidente do clube, em 16 de Junho, em entrevista à SIC.

“Não desconhecendo que a suspensão preventiva decretada por esta comissão pode ser considerada fundamento para se considerar como vedado o acesso aos mesmos à AG de dia 23 de Junho de 2018, ou ainda a outra que com idêntica ordem de trabalhos, venha a ser convocada, entendeu a mesma, por unanimidade, que, atentas as circunstâncias absolutamente excepcionais que estão em causa e tendo presente que tal impossibilitaria o contraditório e o esclarecimento cabal dos sócios, requerer a V.Exa que se digne a admitir a sua presença, na estrita condição de sócios”, sustenta o requerimento da comissão de fiscalização enviado a Jaime Marta Soares.

Os sócios do Sporting reúnem-se no sábado para a primeira AG de destituição da história do clube, na qual decidirão o futuro do presidente suspenso Bruno de Carvalho, legitimado há quatro meses por larga maioria. Em 13 de Junho, a CF, designada pela mesa de AG do Sporting, anunciou ter suspendido preventivamente o Conselho Directivo do Sporting, uma decisão com efeitos imediatos, tendo os elementos suspensos dez dias para responder à nota de culpa.

Na base da decisão da CF, nomeada por Jaime Marta Soares na sequência da demissão do Conselho Fiscal e Disciplinar, esteve uma participação disciplinar contra o Conselho Directivo, subscrita por 21 associados e apresentada em 4 de Junho.

A participação disciplinar denunciava a “prática de gravíssimos ilícitos disciplinares que colocam em causa a própria subsistência da instituição Sporting Clube de Portugal”.

“Após competente avaliação da participação, que requeria a suspensão dos membros em exercício de funções no Conselho Directivo, entendeu-se não haver necessidade de procedimento prévio e partir para a suspensão imediata e deduzir nota de culpa que seguiu ainda hoje de manhã para os membros que estão em funções”, explicou, na ocasião, Rita Garcia Pereira. A advogada acrescentou que na base da suspensão está a acusação de “violação dos estatutos”.

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