Rio acha que país não está em condições para contar todo o tempo aos professores

Líder do PSD entende que a sua posição sobre os professores é clara.

Professores estão em guerra com Governo
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Professores estão em guerra com Governo Rui Gaudêncio
Manifestação à porta da Assembleia
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Manifestação à porta da Assembleia Rui Gaudêncio

A posição do PSD está clara. No que diz respeito ao diferendo que opõe Governo e professores, sobre a contagem do tempo de serviço em que as suas carreiras estiveram congeladas, o líder do partido não pretende fazer mais esclarecimentos: o país não está em condições de contar todo o tempo, mas o Governo deve ser penalizado politicamente se não cumprir o que prometeu.

Questionado pelo PÚBLICO sobre a sua posição oficial a respeito deste assunto, o líder do PSD respondeu, através da assessoria de imprensa, que não pretende alterar a posição veiculada aos jornalistas na última sexta-feira, no Porto. Nessa altura, o que Rio deu a entender é que compreende que Portugal não está em condições para pagar, aos professores, todo o tempo congelado, mas que o Governo deve ser penalizado politicamente se não cumprir o que prometeu. “O Governo ou dá ou tem de ter a penalização política de andar a assumir compromissos que não pode assumir". 

Os portugueses já viram “grandes lutas dos professores”, mas esta é, evidentemente, “uma luta complicada” para o executivo. “Aquilo que o Governo fez foi prometer aos professores uma coisa que agora não quer cumprir porque diz que não pode cumprir, mas se não pode cumprir – e eu acredito que não possa –, prometeu muito mal”, disse o líder do PSD.

Para Rui Rio, “o Governo é vítima do seu próprio discurso”. “Faz um discurso sobre a situação económica portuguesa que não corresponde à realidade. Faz esse discurso para parecer que a sua governação tem sido muito boa, mas depois confrontado com a realidade, agora em concreto com a questão dos professores ou a redução do Imposto sobre o gasóleo e sobre a gasolina, não consegue ser consequente com o discurso que faz”, assumiu, sempre sem dizer o que faria se fosse primeiro-ministro.

Também Fernando Negrão, na segunda-feira, nas jornadas parlamentares do PSD, assumiu que “só circunstâncias extraordinárias podem justificar” que a promessa não se cumpra. Ou seja, se o Governo reconhecer “a sua continuada política de austeridade” e pedir “desculpa aos professores”, então, pode recomeçar, “de boa-fé, as negociações”.

Instado a explicitar a posição do PSD sobre se a contagem do tempo deve ser integral ou parcial, Negrão acabou por ser vago. “O PSD nunca faria esta promessa se soubesse que não tinha meios de pagamento", afirmou, reiterando a ideia de que o Governo, caso se venha a confirmar que não está disposto a contar o tempo de carreira que esteve congelado, “tem de pedir desculpas aos professores e voltar à mesa das negociações”.

Fernando Negrão admitiu ainda que o PSD pode votar contra a iniciativa legislativa de cidadãos que pede a contagem integral do tempo da carreira dos professores.

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