Já há acordo assinado sobre o nome da Macedónia

Entendimento acaba com uma disputa com quase três décadas, mas há uma forte oposição à nova designação.

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Protestos nos dois países têm sido comuns. Reuters/COSTAS BALTAS

A Grécia e a Macedónia formalizaram este domingo o acordo que fixa a designação da ex-república jugoslava como Macedónia do Norte, apesar da contestação em ambos os países em torno da solução alcançada.

O acordo foi assinado no lago de Prespes, na fronteira entre os dois países, com a presença dos dois chefes de Governo. 

"Muitos poucos acreditavam que seríamos capazes de deixar para trás 26 anos de uma disputa infrutífera", afirmou o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, ao lado do seu homólogo macedónio, Zoran Zaev.

O acordo põe fim a quase três décadas de impasse entre os dois países sobre a designação do Estado balcânico, que alcançou a independência em 1991 na sequência do colapso da Jugoslávia. A Grécia opôs-se desde então à designação do país como Macedónia, por causa da sua região que possui o mesmo nome e que tem uma grande importância histórica por ter sido o local a partir de onde o imperador da Antiguidade Alexandre, o Grande, estendeu o seu império no século IV a.C.

A oposição de Atenas travou a integração da Macedónia na União Europeia e na NATO e o acordo assinado este domingo é encarado como um novo capítulo que poderá culminar com a adesão de Skopje a estas instituições. Na cerimónia no lago de Prespes, esteve presente a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

Porém, a formalização do acordo não garante que seja realmente posto em prática. O texto tem ainda de ser aprovado por ambos os parlamentos e na Macedónia depois será também referendado, e o "sim" da maioria está longe de estar garantido.

A designação de Macedónia do Norte causa desagrado junto dos sectores nacionalistas de ambos os países. Na Grécia, a exigência é a de que nenhuma solução pode contemplar a palavra "macedónia", enquanto para os macedónios a inclusão de um qualificativo geográfico é vista como uma humilhação.

No sábado, o Governo de Tsipras foi alvo de uma moção de censura por causa do acordo, e só o apoio relutante dos parceiros de coligação do Syriza impediu a queda do executivo.

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