Fotógrafo no centro do escândalo do Nobel da literatura foi acusado de violação

Acusação formal foi formalizada esta terça-feira e diz respeito a crimes alegadamente cometidos em 2011. Gestão da investigação levou à demissão de membros da Academia e ao cancelamento do prémio deste ano.

Foto
Arnault nega as acusações de que é alvo HENRIK MONTGOMERY/epa

A procuradoria estatal sueca formalizou duas queixas formais de violação contra o homem no centro do escândalo que obrigou ao cancelamento do Nobel da literatura de 2018, anunciou a procuradoria esta terça-feira.

No ano passado, 18 mulheres acusaram o fotógrafo Jean-Claude Arnault, casado com um membro da Academia, de assédio e violência sexual, o que levou a um inquérito preliminar por parte da procuradoria estatal. A procuradora distrital Christina Voigt disse esta terça-feira que Arnault tinha sido acusado por dois crimes de violação de uma mulher em Estocolmo em 2011. “A minha perspectiva é que as provas são suficientemente sólidas para serem formalizadas as acusações”, disse Voigt em comunicado.

Arnault nega as alegações, bem como as outras alegações de que foi o responsável pela fuga de informação sobre os nomes de alguns dos premiados antes do anúncio oficial. “Ele mantém que é completamente inocente”, disse terça-feira o advogado de Arnault, Bjorn Hurtig à Reuters. “Não partilho a visão da procuradoria de que as provas são sólidas. Os relatos diferem, não há provas técnicas, não há relatos de testemunhas directas e os acontecimentos datam de há muito no passado.”

Os procuradores encerraram em Março outro inquérito preliminar sobre uma série de alegações de abuso contra Arnault, justificando que não existiam provas suficientes e que nalguns casos os alegados crimes tinham prescrito.

Alguns membros da Academia demitiram-se pela forma como a instituição, uma das mais prestigiadas do país, lidou com a sua própria investigação sobre as alegações contra Arnault. As regras ancestrais da Academia ditam que esses membros não podem ser substituídos e em Maio a instituição decidiu que não vai atribuir o Nobel da Literatura este ano por necessitar de recuperar a confiança do público.

Sugerir correcção
Comentar