FIFA vai mudar fórmula de cálculo do ranking das selecções

Alteração será introduzida após o Mundial da Rússia

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Infantino não sabe explicá-la, mas gosta da nova fórmula Reuters/ARND WIEGMANN

Para responder às críticas, e para contornar o potencial de manipulação, a FIFA anunciou que vai mudar a fórmula de cálculo do ranking das selecções. A nova regra dará “mais peso aos jogos oficiais” e permitirá eliminar “alguns dos desequilíbrios que existiam”, acredita o presidente do organismo que tutela o futebol mundial, Gianni Infantino.

Esta foi uma das principais decisões tomadas no Conselho da FIFA, reunido em Moscovo, onde foram também marcadas as próximas eleições para a presidência do organismo, que vão realizar-se a 5 de Junho de 2019, e ratificadas as duas candidaturas à organização do Mundial 2026 – Marrocos e EUA/México/Canadá vão a votos na próxima quarta-feira, véspera do arranque do Mundial 2018, na Rússia.

Mas a decisão com maior alcance aprovada em Moscovo é a revisão da fórmula de cálculo do ranking das selecções. A mudança acontece “após dois anos de estudo das diferentes alternativas e de um exaustivo processo de consulta com todas as confederações”, sublinhava a FIFA em comunicado. O novo sistema, “mais intuitivo e preciso”, será implementado após o Mundial 2018 e permitirá “eliminar o potencial de manipulação do ranking e dar igual oportunidade a todas as equipas de subir na tabela”, acrescentava o mesmo documento.

Alemanha, Brasil, Bélgica, Portugal, Argentina, Suíça, França, Polónia, Chile e Espanha – este era o top-10 na mais recente actualização do ranking. A FIFA promete uma mudança “suave” para a nova fórmula, que é baseada no método de cálculo Elo, criado pelo físico húngaro-americano Arpad Elo e originalmente aplicado ao xadrez. O sistema que passará a ser aplicado após o Campeonato do Mundo não é fácil de explicar, e o próprio Gianni Infantino sentiu dificuldades, quando questionado pela imprensa: “É uma missão difícil... Mas o novo cálculo foi amplamente aceite por matemáticos e estatísticos, de uma forma que seja mais bem entendido pelo público e sem prejudicar as selecções”, destacou o dirigente.

Aos particulares entre selecções será dada menor relevância nas contas do ranking, enquanto os encontros em fases finais de grandes torneios terão maior peso. A fórmula parte da “expectativa lógica que as equipas mais acima no ranking são melhores do que aquelas mais abaixo”. “As equipas ganham ou perdem pontos conforme o seu desempenho. O número de pontos ganhos ou perdidos varia em função da força relativa dos adversários. Assim, uma equipa fraca que bate uma equipa forte soma mais pontos do que uma equipa forte que vence uma equipa fraca. É um conceito justo e lógico”, podia ler-se numa explicação mais detalhada da FIFA.

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