O estreante de 45 anos, o domínio inglês e os experientes mexicanos

Foram divulgadas as listas finais das 32 selecções do Mundial 2018. O jogador mais velho é egípcio, o mais novo é australiano e o maior goleador é português.

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LUSA/JUAN CARLOS CARDENAS

Até 24 horas antes do seu primeiro jogo, qualquer um dos seleccionadores das 32 selecções que vão participar no Mundial 2018 pode fazer alterações de última hora na sua lista de 23 eleitos para o torneio, em caso de alguma lesão irreparável em tempo útil. Mas, partindo do princípio que isso não irá acontecer, ficaram nesta segunda-feira definidos os nomes dos 736 jogadores que irão, a partir de 14 de Junho, disputar, na Rússia, a 21.ª edição do Mundial de futebol. Há uma diferença de 26 anos entre o jogador mais novo e o mais velho, há 38 com mais de 100 internacionalizações, e um deles é, claro, Cristiano Ronaldo, que é o máximo goleador pela sua selecção (81 golos) entre os jogadores presentes – Lionel Messi (64) ainda está bastante longe.

Este Mundial da Rússia quase de certeza irá ter, pelo menos, um recordista, o de jogador mais velho a jogar a fase final de um Mundial. Esse recorde já havia sido batido pelo guarda-redes colombiano Faryd Mondragón em 2014, e irá, ao que tudo indica, passar a pertencer a Essam El-Hadary, guarda-redes da selecção do Egipto, que terá 45 anos quando os “faraós” se estrearem no torneio a 15 de Junho, em Ecaterinburgo, frente ao Uruguai. E será uma estreia para o super-veterano guardião em Mundiais, ele que é um indiscutível para o seleccionador Héctor Cuper, e que é o mais internacional entre todos os que estarão na Rússia (157 internacionalizações).

Não muito longe de El-Hadary estão Cristiano Ronaldo, que já leva 149 jogos pela selecção portuguesa, ou os mexicanos Rafael Márquez e Andrés Guardado, ambos com 144 internacionalizações. Javier Mascherano tem 143 jogos pela Argentina, tal como o médio Gabriel Gómez no estreante Panamá, que tem seis jogadores com mais de 100 internacionalizações.

No extremo oposto, não havendo ainda nenhum futebolista que tenha nascido em 2000, há vários de 19 anos, sendo Daniel Arzani, médio-ofensivo da Austrália, o mais novo de todos — é o único nascido em 1999. O jogador do Melbourne FC já tem uma internacionalização, mas há oito que ainda não se estrearam pela principal selecção do seu país — a Inglaterra tem dois, Nick Pope (Burnley) e Trent Alexander-Arnold (Liverpool), a França tem Alphonse Areola (PSG), a Sérvia também tem dois, um deles o ex-benfiquista Luka Jovic (Eintracht).

O Panamá e o México

A divulgação das listas finais já deu para perceber que o Panamá, um dos dois estreantes em Mundiais (o outro é a Islândia), é a selecção mais velha entre as 32, com uma média de idades de 29,6, tal como a Costa Rica. Portugal está em 12.º lugar, com uma média de 28,4 entre os 23 escolhidos por Fernando Santos. A selecção mais nova do Mundial é a Nigéria, com uma média de 25,9, seguida de perto pelas formações francesa e inglesa (média de 26 anos).

Em termos de experiência internacional acumulada, é uma competição renhida entre duas selecções da CONCACAF. O México soma 1416 internacionalizações entre os seus 23 jogadores, apenas mais duas que o Panamá (1414). A completar o top cinco das selecções mais experientes estão Costa Rica (1163), Bélgica (1024) e Japão (1003). A selecção portuguesa é a 11.ª mais experiente, com 892 internacionalizações entre os convocados. A equipa menos experiente é a da Tunísia (448), seguida da Inglaterra (465) e de Marrocos (519).

Claro que experiência internacional é uma coisa, experiência de ganhar Mundiais é outra e, neste Campeonato do Mundo, só duas selecções têm jogadores que já foram campeões mundiais. Joachim Löw chamou nove com esse estatuto, depois do triunfo da Alemanha em 2014, enquanto a Espanha de Julen Lopetegui ainda tem seis representantes da “roja” campeã de 2010, na África do Sul — Piqué, Ramos, Busquets, Reyna, Silva e Iniesta, o autor do golo do triunfo espanhol na final contra a Holanda.

Premier League em massa

Sem grande surpresa, os clubes ingleses são os mais representados neste Mundial, com 124 jogadores, o que traduz praticamente um sexto do total de futebolistas em acção na Rússia. Todos os 23 jogadores da selecção inglesa actuam no seu país (é a única com esta “exclusividade”) e só quatro selecções não têm jogadores a competir em Inglaterra (Rússia, Arábia Saudita, Uruguai e Panamá). Depois dos ingleses, vêm espanhóis (80), alemães (67), italianos (58) e franceses (49). Portugal está representado por 19 jogadores, seis deles na selecção portuguesa, os restantes distribuídos por Uruguai, Irão, Peru, Argentina, Costa Rica, Sérvia, Suíça e México. Senegal e Suíça são as únicas selecções que não têm qualquer jogador a actuar nos respectivos campeonatos.

Também não são surpresas nenhumas os clubes mais representados no Mundial. A liderar esta lista está o Manchester City, com 16 (um deles não é Leroy Sané, que ficou surpreendentemente de fora da lista final da Alemanha), seguido de Real Madrid (15), Barcelona (14), Tottenham, PSG e Juventus (todos com 12).

Dos clubes portugueses, e ainda contando com Rui Patrício (que rescindiu contrato) e Bryan Ruiz (que acabou contrato), é o Sporting o mais representado, com sete, seguido de Benfica (5) e FC Porto (5), com a curiosidade de ser o campeão português a equipa mais representada na selecção mexicana — tem Reyes, Herrera e Corona, mais Layún, que passou metade da época emprestado ao Sevilha. Os outros clubes nacionais “presentes” no Mundial são o Marítimo (Amir, guarda-redes do Irão) e o V. Guimarães (Paolo Hurtado, médio do Peru).

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