No domingo há viagens de tuk-tuk grátis para exigir regras

Associação que representa empresas do sector quer dizer à câmara municipal que os tuk-tuks são parte importante da economia da cidade.

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Segundo a APECATE, "60 a 70%" dos veículos a circular em Lisboa são eléctricos Enric Vives-Rubio

Pela segunda vez no último ano e meio, há viagens de tuk-tuk à borla em Lisboa no próximo domingo. É a forma encontrada pela Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE) para pressionar a Câmara Municipal de Lisboa a aprovar de uma vez o regulamento para a actividade dos tuk-tuks na cidade.

A criação de um regulamento está a ser falada há quatro anos e tem saltitado entre vários vereadores. Em Março de 2015, o vice-presidente Duarte Cordeiro garantiu que ele estava “quase pronto”. Em Novembro do mesmo ano, Fernando Medina emitiu um despacho com algumas regras para a circulação destes veículos turísticos. No início de 2017, a câmara submeteu uma versão do regulamento a consulta pública, na qual se apontava a obrigatoriedade de todos os tuk-tuks serem eléctricos até meio do ano.

Em Julho, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, disse que a versão final, já contando com os contributos das empresas do sector e dos cidadãos, chegaria à assembleia municipal logo no início do novo mandato, em Outubro, mas isso não aconteceu até agora. O assunto transitou entretanto para as mãos do novo vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar. Uma fonte do seu gabinete disse ao PÚBLICO que está a ser preparado um regulamento que abranja não só os tuk-tuks como todos os veículos de animação turística e que estão a ser realizadas audições com os agentes do sector. 

João Tarrana, coordenador do Departamento de Operadores de Veículos Motorizados da APECATE, diz que já houve uma reunião com Miguel Gaspar e as coisas parecem estar bem encaminhadas. “O nosso protesto é no sentido de mostrar que estamos cá, que fazemos parte de Lisboa e da economia da cidade”, afirma o responsável, sublinhando a importância de as empresas do sector estarem “presentes nas decisões”.

As empresas de tuk-tuks queixam-se de serem perseguidas pela Polícia Municipal, pela PSP e pela EMEL por não existir um regulamento. Também não concordam com a proibição de entrar em locais como o Bairro Alto, Alfama e Castelo – determinada no despacho de Medina, em 2015 –, sobretudo se a frota passar a ser totalmente eléctrica. Neste momento, garante João Tarrana, “60 a 70% dos tuks já são eléctricos”.

No domingo, entre as 9h30 e as 15h30, um conjunto de tuk-tuks eléctricos vai estar na Praça do Comércio disponível para viagens gratuitas. Estes veículos são já uma marca turística da cidade, diz João Tarrana, como são os tradicionais eléctricos amarelos da Carris. “A câmara tem essa noção”, afirma. Mas admite que “não é fácil chegar a um consenso com presidentes de junta, moradores, comerciantes, empresas de tuks”.

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