Três quadros de Vieira da Silva vão a leilão em Paris na próxima semana

Red Houses (1963), Fête (1965) e Intrusion (1971) têm valores estimados pela Sotheby's entre 70 mil e 300 mil euros.

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Red Houses é uma pintura de 1963 Sotheby's
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Fête Sotheby's
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Intrusion Sotheby's

Os quadros Red Houses, Fête Intrusion, da artista portuguesa Maria Helena Vieira da Silva, vão ser leiloados pela Sotheby's em Paris, na próxima semana, quarta e quinta-feira, com valores estimados entre os 70 mil e os 300 mil euros, anunciou esta sexta-feira a leiloeira. As três pinturas vão ser licitadas em dois leilões de arte contemporânea.

Fête é um óleo sobre tela datado de 1965, com uma estimativa de venda entre os 200 mil e os 300 mil euros, detido por um coleccionador particular que o adquiriu à galeria Daniel Varenne, de Paris, por volta de 1974, segundo a leiloeira. O quadro, com uma dimensão de 65 centímetros por 81 centímetros, foi originalmente colocado pela pintora na galeria Knoedler, de Nova Iorque, em 1966.

Intrusion, uma pintura de têmpera em papel de 1971, também pertence a um coleccionador privado, que o adquiriu à galeria da artista, em Paris, a Jeanne Bucher. Com uma dimensão de 92 centímetros por 63,5 centímetros, tem um valor estimado entre os 70 mil e os 100 mil euros.

Estas duas obras serão leiloadas no dia 7, sendo Fête um dos quadros com a expectativa de venda mais alta deste segundo leilão – 300 mil euros –, a par de Autumal Fire, de Mark Tobey, e de uma composição abstracta de Sergei Poliakoff.

Entre os 123 lotes da sessão de quinta-feira, encontram-se igualmente obras de Hans Hartung, Jean Dubuffet, Henri Michaux, Yves Klein e Bernard Schultze, com valores que partem dos mil euros.

Na véspera, quarta-feira, vai à praça Red Houses, com um valor estimado entre os 100 mil e os 150 mil euros. Com data de 1963, Red Houses é o 14.º lote do leilão de arte contemporânea do dia 6, da Sotheby's Paris. Trata-se de uma das têmperas sobre tela apresentadas pela pintora portuguesa, no ano da sua realização, nas galerias Jeanne-Bucher, em Paris, Knoedler, em Nova Iorque, e na Phillips Collection, em Washington.

Com 37 centímetros de largura por 54 centímetros de comprimento, Red Houses foi originalmente vendido em Nova Iorque, e depois adquirido por um coleccionador de Milão, de acordo com a genealogia apresentada pela Sotheby's, que não indica alguma exposição pública da obra, nem a passagem por Portugal. O actual proprietário, um coleccionador privado suíço, segundo os dados da leiloeira, comprou o quadro em 1999, através da galeria Applicat-Prazan, em Paris.

Entre os 43 lotes do leilão do dia 6, encontram-se igualmente obras de Damien Hirst, Keith Haring, Roberto Matta, Tom Wesselmann, Manolo Valdés, com estimativas de venda que vão dos 150 mil aos 700 mil euros.

Um óleo sobre tela do pintor chinês Zao Wou-Ki, entre os 2,2 milhões e os 3,2 milhões de euros, outro do pintor japonês Kazuo Shiraga, dos 1,8 milhões aos 2,5 milhões de euros, e Portrait d'homme moustachu façon carton pâte, quadro de Jean Dubuffet, com uma expectativa de venda entre 1,25 milhões e 1,80 milhões de euros, são os que apresentam as estimativas mais altas para este leilão.

Na obra de Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), Red Houses é contemporâneo de Estela (1964), outra têmpera, adquirida pelo Centro Georges Pompidou, em Paris, e óleos como La Mer (1961), Au fur et à mesure (1965) e L'Esplanade (1967), de maiores dimensões, que estão entre as seis telas adquiridas pelo Estado português, no ano passado, por 5,6 milhões de euros, e que fazem agora parte da colecção patente no Museu Arpad Szénes-Vieira da Silva.

No leilão de arte contemporânea de 6 de Dezembro de 2017, a Sotheby's Paris vendeu outro quadro da pintora, Rue de la Glacière, um óleo sobre tela de 1955, por 309 mil euros.

No passado mês de Março, o óleo de Vieira da Silva L'Incendie atingiu o valor de 2,29 milhões de euros, num leilão da Christie's, em Londres. Trata-se de um dos quadros emblemáticos da artista, feito em 1944, durante o exílio no Brasil, e que fez parte da colecção de Jorge de Brito.

Na passada segunda-feira, a Direcção-Geral do Património Cultural publicou em Diário da República um anúncio relativo à proposta de classificação de interesse público da pintura Les bicycletes ou Les Cycles, de Vieira da Silva, datada de 1951, na posse de um coleccionador privado.

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