Há 1828 médicos estrangeiros no SNS, a maioria de fora da UE

Antes de 2009, os médicos vindos de fora da União Europeia estavam em minoria entre os estrangeiros. O cenário mudou no ano em que Governo celebrou um acordo com Cuba para contratar especialistas para as zonas carenciadas. Hoje há 87 médicos cubanos no serviço público.

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Rui Gaudêncio

Dos 28.563 médicos que no final do ano passado trabalhavam no Serviço Nacional de Saúde (SNS), 1828 (6,4%) eram estrangeiros. A maioria (55%) proveniente de países fora da União Europeia (UE).

Apesar do número de profissionais estrangeiros a trabalhar no SNS se manter estável nos anos recentes, a origem destes clínicos tem sofrido alterações. Antes de 2009 a maioria era oriunda de países comunitários. A vinda de clínicos fora da UE – que aumentava desde 2008 – ganhou um novo impulso um ano depois com a contratação de médicos cubanos, através de um protocolo celebrado entre Lisboa e Havana, com vista a reforçar os centros de saúde do Algarve, Alentejo e Ribatejo, com carência de profissionais. O primeiro grupo de 52 médicos cubanos chegou a Portugal em Agosto de 2009.

O acordo manteve-se, mas três anos depois da sua assinatura apenas 18 clínicos cubanos permaneciam no país – a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) não dispõem de dados que permitam perceber o que aconteceu entre 2009 e 2012. Sucederam-se novas contratações e o número de médicos cubanos aumentou até ao ano recorde de 2015, em que 109 profissionais trabalhavam no SNS. Estes valores voltaram a regredir em 2016 (93 clínicos) e 2017 (87), de acordo com os dados enviados ao PÚBLICO pela ACSS.

O número de médicos venezuelanos seguiu a mesma tendência de aumento desde 2012, altura em que havia 13 no serviço público. No ano passado, eram 23.

Os médicos representam mais de metade dos 3103 estrangeiros que no ano passado trabalhavam no SNS.

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