É a vez de Bragança sair à rua, a 19 de Maio. A seguir o exemplo de Vila Real e do Funchal, que no ano passado acolheram, pela primeira vez, Marchas do Orgulho, o Movimento LGBTIQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero, Intersexuais e Queer) de Bragança está a organizar a primeira marcha na cidade. Porque "se nada for feito, as coisas vão ficar como estão", diz ao P3 Sara Canteiro, presidente do movimento. "E a cidade merece avançar, merece que as pessoas sejam respeitadas, independentemente da sua orientação sexual [e identidade de género]."
"Aqui", justifica a jovem de 24 anos, "há ainda muito preconceito a vários níveis". E este momento pode abrir mentalidades e mostrar que ninguém está sozinho, uma vez que em Bragança "também há comunidade". "A marcha deste ano é para dizer 'estamos aqui'", diz Sara, o que pode ajudar quem não se sente confiante em sair do armário. "Estamos numa cidade ainda muito tradicional e queremos trazer alguma segurança (e um espaço seguro) para as pessoas que, por algum motivo, não sentem segurança para se assumirem, caso queiram, claro."
E esse é também um dos objectivos do Movimento LGBTIQ de Bragança: chegar às escolas secundárias da cidade "para que os jovens possam vir, falar e tirar alguma dúvida que surja". Activo há apenas um ano, o movimento reúne-se semanalmente à noite e promove, inclusive, palestras sobre os mais variados temas, "que vão desde a violência de género ao feminismo".
E como é que os transmontanos vão reagir a este acontecimento? "Eu acho que vai ser um choque para a cidade — ter uma marcha e uma festa — mas acho que é preciso, é preciso dar o primeiro passo", conclui Sara. Será dado a 19 de Maio, pelas 15h. Com o apoio do Orgulho LGBT do Porto e da Catarse, de Vila Real, a marcha vai ter início no estacionamento da Escola Superior de Educação de Bragança.
