São João da Madeira propõe: vamos descobrir o Parque do Rio Ul?

Parque do Rio Ul é uma "autêntica floresta urbana" e vai ser agora alvo de vários projectos de valorização pelo município

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Manuel Roberto

São João da Madeira está a arregaçar as mangas para nos pôr a descobrir o Parque do Rio Ul. Entre os projectos apresentados esta quarta-feira pela autarquia estão visitas guiadas à biodiversidade do local e um programa de georeferenciação de 2.347 árvores.

Em causa está um investimento de 350.000 euros, financiado em 85% pelo programa Norte2020, que se reparte entre intervenções físicas (como a adaptação da Casa da Natureza e a concepção de um núcleo expositivo sobre o Ciclo do Pão) e projectos imateriais, como a gestão dos habitats naturais do parque e o estudo da sua fauna e flora. "Queremos que o parque da nossa cidade ganhe ainda mais valor e mais vida, e ofereça mais serviços às pessoas", declarou o presidente da Câmara Municipal, Jorge Vultos Sequeira, citado pela Lusa. 

Envolvendo a Divisão de Ambiente da autarquia e também instituições como a Universidade Católica Portuguesa, a nova estratégia para o parque, inaugurado em 2008 mediante um projecto do arquitecto paisagista são-joanense Sidónio Pardal, envolve também uma nova imagem gráfica, assinada pela equipa liderada pelo designer Alcino Vieira. O novo logótipo desse espaço verde pretende transmitir dele uma imagem "dinâmica, empática e diversa", e será complementado com o slogan "Descubra todo os parques que há no Parque do Rio Ul".

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Essa nova linha gráfica vai estender-se às redes sociais, com a autarquia a anunciar uma comunicação mais regular sobre a oferta do parque, e também a novos suportes físicos de apoio ao público, como uma brochura-mapa sobre a área e painéis informativos de recepção ao visitante, a instalar nas suas principais entradas.

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Uma "autêntica floresta urbana"

Para Marta Pinto, que há 15 anos vem acompanhando a evolução ambiental de São João da Madeira enquanto investigadora da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, as diferentes facetas do programa agora apresentado para o Parque do Rio Ul visam afirmá-lo como um espaço que já é "de excelência", mas que "pode ainda ser mais utilizado do ponto de vista pedagógico e educativo".


Nesse sentido, a autarquia vai iniciar a 24 de Fevereiro um programa de formação que envolve numa primeira fase 18 docentes e 372 estudantes do pré-escolar ao secundário, propondo-se "estimular os professores a olharem o parque com os seus alunos, numa lógica de aproveitar os muitos ensinamentos que daí se podem levar e aplicá-los depois no processo de ensino e aprendizagem". A tarefa será facilitada pela variedade de espécies existentes no parque, que, segundo o biólogo Paulo Alves, "tem uma biodiversidade incrível e é uma autêntica floresta urbana".

Ao longo de dois quilómetros de rio e numa área equivalente a 30 campos de futebol, foram já identificadas, por exemplo, 2.347 exemplares de árvores e 164 espécies táxones e dois nototáxones, distribuídas por 58 famílias. Quanto à fauna, o Parque do Rio Ul acolhe 57 espécies de fauna selvagem e duas espécies em risco: a enguia europeia (Anguilla anguilla), classificada como em perigo, e o coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus), com estatuto de quase ameaçado.

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