Há quem esteja a destruir as armas depois do massacre na Flórida

Norte-americanos estão a destruir as suas armas em resposta ao último ataque numa escola secundária na Flórida, que vitimou 17 pessoas. #OneLess, a "hashtag” que usam quando partilham fotografias ou vídeos, já é viral no Twitter

Uma a menos. É isto que vários norte-americanos estão a dizer depois de destruírem as armas que tinham em casa, após o último ataque numa escola na Flórida. As fotografias e os vídeos de armas desfeitas estão a multiplicar-se no Twitter e a hashtag #OneLess já é viral.

A campanha informal foi desencadeada por um vídeo, publicado a 17 de Fevereiro, por Scott-Dani Pappalardo, que comprou, legalmente, uma arma automática há 30 anos — e tem uma tatuagem no braço em honra da Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que protege o direito dos norte-americanos a serem portadores de armas. O discurso em que o nova-iorquino diz ter mudado de ideias quanto ao controlo do armamento após o massacre que vitimou 17 pessoas já foi visto mais de 22 milhões de vezes.

“Lembro-me de que, depois de Sandy Hook, disse à minha mulher: ‘Eu desistiriaa desta arma se salvasse a vida de apenas uma criança’. Isso foi há cinco anos e desde aí mais de 400 pessoas foram atingidas em mais de 200 tiroteios em escolas”, conta. “Por isso acho que as minhas palavras foram vazias, na espontaneidade do momento, e agora estamos aqui, mais 17 vidas perdidas. Quando é que mudamos? Quando é que fazemos leis que digam que talvez uma arma destas não é aceitável na sociedade de hoje?”

Em alternativa a vender a sua espingarda por 800 dólares (cerca de 467 euros), explica, Scott-Dani Pappalardo decidiu que ia “fazer com que a arma não pudesse tirar mais nenhuma vida”. E serrou-a ao meio com uma rebarbadora.

“Para todos os haters por aí, que acham que sou muito estúpido por fazer isto: espero e rezo para que não seja preciso o cano de uma destas armas apontadas aos vossos filhos para mudar a vossa opinião”, conclui.

Esta terça-feira, 20 de Fevereiro, o Presidente norte-americano solicitou ao Departamento de Justiça que prepare legislação para proibir os equipamentos que permitem modificar armas de venda livre, de modo a torná-las mais mortíferas, como a semi-automática usada por Nikolas Cruz, o suspeito do ataque na escola secundária Marjory Stoneman Douglas.

O tiroteiro em Parkland, uma cidade a 72 quilómetros a norte de Miami, fez 17 mortos e 14 feridos a 14 de Fevereiro.

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