Arquivo de Siza Vieira começa a ficar disponível online

A partir de 1 de Fevereiro, sites da Fundação de Serralves, Fundação Calouste Gulbenkian e do Centro Canadiano de Arquitectura começam a disponibilizar o acervo de Siza Vieira

Foto
Esboços da Casa António Carlos Siza, 1976-1978 Fundação Gulbenkian

O acervo do arquitecto Siza Vieira vai começar a estar disponível nos sites da Fundação de Serralves, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Centro Canadiano de Arquitectura (CCA) a partir de quinta-feira.

Em comunicado, as fundações de Serralves, no Porto, e Calouste Gulbenkian, em Lisboa, anunciaram o lançamento da primeira fase de um projecto colaborativo entre os três organismos, que visa "tornar acessível o arquivo" que Siza Vieira doou, em 2014, às três instituições. Entre a informação disponibilizada constam os primeiros trabalhos, dos anos 1950 e 1960, bem como projectos para o IBA de Berlim e os planos de renovação urbana para Haia, dos anos 1980. 

Já em Fevereiro, ficarão então acessíveis os projectos do edifício Bonjour Tristesse (Berlim, 1982-1983), a Casa de Chá da Boa Nova (Leça da Palmeira, Matosinhos, 1963), as Piscinas de Leça da Palmeira (Matosinhos, 1966), o edifício do Banco Borges & Irmão (Vila do Conde, 1986), a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (Porto, 1992), o Museu de Arte Contemporânea de Serralves (Porto, 1999) e, entre outros, a Casa António Carlos Siza (Santo Tirso, 1976/78).

Nos próximos anos serão disponibilizados outros materiais "para pesquisa". O "arquivo completo, partilhado pelas três instituições, representa o interesse que, ao longo de toda a sua vida, Siza dedicou ao estudo da habitação unifamiliar e colectiva e ao planeamento urbano, bem como à concepção de projetcos para centros culturais, museus e universidades em inúmeros países da Europa, Ásia e América", sublinha o comunicado, citado pela agência Lusa. Actualmente, o espólio "inclui textos, correspondência, fotografias e slides, cerca de 60.000 desenhos, 500 maquetes, 282 cadernos de esquissos e o arquivo de materiais digitais".

Um acervo contra o isolamento

Em Julho de 2014, Siza Vieira anunciou que doava o seu acervo, tendo optado por doar uma parte a duas instituições portuguesas, Fundação Gulbenkian e Fundação de Serralves, e outra ao CCA. "É meu desejo que o trabalho de tantos anos seja de algum modo útil, como contribuição para o estudo e debate sobre a arquitectura, particularmente em Portugal, numa perspectiva oposta ao isolamento, (como já hoje sucede e é imprescindível)", escreveu Siza num comunicado enviado às redacções.

De acordo com o arquitecto, a opção passou por doar parte "a duas instituições portuguesas, já com experiência, qualidade e capacidade para desenvolver ou alargar os respectivos arquivos (Fundação Gulbenkian e Fundação de Serralves), numa perspectiva de abertura à consulta, divulgação e participação num debate que já não é simplesmente nacional, nem centrado no individual". A outra parte foi doada ao CCA, em Montreal, "instituição de experiência e prestígio ímpares e com intensa e contínua actividade", que é "reconhecido pela sua experiência na preservação e apresentação de arquivos internacionais", referiu.

"A documentação doada à Fundação de Serralves e à Fundação Gulbenkian foca-se nos projectos de Álvaro Siza em Portugal e data de 1958 até 2006. A documentação entregue ao CCA inclui projectos com repercussão internacional datados de 1958 até ao presente", incluindo todos os projectos feitos depois de 2016.

Sugerir correcção
Comentar