Referendo sobre o futuro do Maria Matos foi chumbado

Proposta queria saber a opinião dos cidadãos sobre a entrega da gestão do espaço a privados.

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Miguel Manso

Foi chumbada na assembleia municipal a proposta conjunta do Bloco, do PAN e do PPM para a realização de um referendo na cidade sobre a entrega da gestão do Teatro Maria Matos a privados. Isabel Pires, do BE, justificou a proposta com “a falta de transparência” que diz ter havido, pois “em nenhum momento esteve em cima da mesa esta decisão”. “Aquilo que os munícipes de Lisboa votaram não foi a concessão do Maria Matos a privados”, disse a deputada.

Manuel Lage, do PS, afirmou que “a deliberação foi tomada, legitimamente tomada” e que, por isso, o referendo não faz sentido. Pelo PAN, Miguel Santos respondeu-lhe que “dificilmente alguém poderá pôr as mãos no fogo sobre qual é a vontade da população” nesta matéria. Os deputados enredaram-se então numa discussão prolongada sobre a representatividade e legitimidade da assembleia municipal.

Para o CDS, o referendo era “uma proposta totalmente inaceitável”, disse a deputada Margarida Penedo. “Que espécie de relevância é que este grupo de deputados pensa que o Maria Matos tem para chamar a cidade a falar sobre a gestão do teatro?”, questionou, alegando depois que os referendos são armas usadas por ditadores para se legitimarem.

À excepção dos partidos proponentes, todos os outros votaram contra. PCP e Os Verdes, apesar de serem contra a privatização da gestão do Maria Matos, não foram favoráveis à proposta porque, disseram, serviços públicos “são um direito, não são referendáveis”.

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