Fotografias antigas saem da gaveta para o Facebook

Concurso "Fotografias Perdidas" desafia participantes a partilhar até 1 de Maio imagens e histórias. O vencedor leva para casa uma máquina fotográfica Leica

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Um casamento, um piquenique na praia ou a despedida no Terreiro do Paço, antes da partida para o Brasil, são alguns dos cenários que foram parar ao Facebook a propósito do concurso "Fotografias Perdidas".

São todas antigas, mas contam histórias diferentes. As "Fotografias Perdidas" deram nome a um concurso no Facebook que conta já com a participação de 384 fotografias. À semelhança de um livro, onde é possível imaginar como seriam as personagens e o ambiente através das palavras, também as fotografias permitem imaginar uma história por detrás do momento captado.

Este foi o ponto de partida para Sílvio Gouveia, proprietário da quase centenária Livraria Fernando Machado, que lançou este concurso, inicialmente, por brincadeira mas que, rapidamente, se tornou num caso sério. "Fui à feira da ladra, em Lisboa, e comprei um saco com duas mil fotografias antigas", refere, dizendo que, ao encontrar fotos "muito boas" no saco, teve a ideia de reunir mais retratos de autores anónimos.

Recompensa: uma máquina Leica

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Foi "quase por brincadeira" que lançou, então, um concurso no Facebook para recolher mais fotos, oferecendo, como recompensa, uma máquina fotográfica da Leica. Sílvio não imaginava, no entanto, que iria haver "tantas pessoas a concorrer", pelo que decidiu alargar o concurso até 1 de Maio, duplicar os prémios e escolher um júri para eleger os vencedores das "10 melhores fotografias".

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O "melhor de tudo isto" é, diz, olhar para as fotografias e ver "que há ali amor, arte e cultura", explica o proprietário da Livraria Fernando Machado. O álbum já reúne mais de 380 fotografias antigas e, se "chegar às 1000", o próximo passo será catalogar e "colocar em exposição" no Porto e em Lisboa.

Dois meninos seguram um carrinho de brincar, enquanto molham os dedos num bidão vermelho cheio de água. Estão vestidos da mesma forma, com um chapéu branco na cabeça."Cidade de Moçambique, em 1956, eu e o meu irmão Filipe", pode ler-se na fotografia que o participante Francisco Braamcamp publicou.

Anna Valenti partilhou uma fotografia do pai "tirada em Benguela, por volta de 1963": duas crianças estão deitadas na areia, de barriga para baixa, uma está a sorrir.

?"O meu avô antes de embarcar para o Brasil, com o meu pai, em 1945" lê-se na legenda da fotografia de Rosário Silva. Na foto, quase sem cor, vêem-se dois homens vestidos com um fato preto, posam para a fotografia enquanto fumam um cigarro.

Um outro exemplo é o retrato partilhado por Paulo Vítor Martins onde está um grupo de amigos em cima das suas motos de modelos antigos, "Avô Raimundo e seus amigos das motas, em Madrid no ano 1953", lê-se na legenda da fotografia. São muitas as histórias partilhadas no Facebook da iniciativa que, se começou como um passatempo, depressa se tornou uma comunidade.

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