Dirigentes à volta de Rio: uns estão na luz, outros na sombra

Há vice-presidentes que ficaram totalmente apagados, mas há outras figuras à volta do líder do PSD que assumiram relevância inesperada.

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Paulo Pimenta

Ao fim de três meses de liderança de Rui Rio no PSD, já se começa a perceber quem é que à sua volta ficou mais apagado ou quem é que se tornou mais visível. Este jogo de luz e sombras nem sempre traduz a hierarquia dos cargos ocupados: há vogais da comissão política que não perdem uma oportunidade de aparecer o líder do PSD, há vice-presidentes que têm estado muito apagados por razões diversas. 

Luz

Florbela Guedes – Assessora de imprensa de Rui Rio (já o era na Câmara do Porto) é, na prática, muito mais do que isso. Centraliza a comunicação da cúpula do PSD (e até a do grupo parlamentar) e fala em nome do líder do partido em reuniões internas, quando Rio não está presente. Com um Conselho Estratégico Nacional de perto de 30 nomes, a maioria leva a sério a sua indicação para não falar à comunicação social sem passar por si primeiro. Acompanha Rui Rio para todo o lado.  

Hugo Carneiro – É secretário-geral adjunto responsável pelas Finanças e, por essa via, tem muita influência nas decisões do partido. Ao que o PÚBLICO apurou, quase nada é decidido na sede do PSD sem o aval deste economista de 35 anos que foi adjunto de Rio no Porto e é oriundo dos quadros do Banco de Portugal.

António Maló de Abreu – No partido há quem lhe chame o homem-sombra. Este vogal da comissão política nacional tem estado ao lado de Rui Rio em praticamente todas as acções no terreno.

David Justino – Como coordenador do Conselho Estratégico Nacional – a jóia da coroa de Rui Rio –, David Justino tem um poder de decisão incontornável no partido. É uma das figuras na direcção com mais experiência política e está a liderar a preparação do programa eleitoral.

Manuel Castro Almeida e Álvaro Amaro – Foram as duas figuras que Rui Rio deu visibilidade logo depois do congresso para negociarem dois dossiers com o Governo: próximo quadro comunitário e a descentralização. Conseguiram o acordo com o Governo e ficaram na fotografia em São Bento.

Salvador Malheiro – É o elo de ligação com o aparelho e lidera a distrital de Aveiro. O distrito tem aliás duas figuras nas vice-presidências do partido: Salvador Malheiro e Castro Almeida. Com percursos e experiências políticas diferentes, os dois vices de Rio têm estilos e pensamento político opostos.

Isabel Meirelles -  Especialista em Assuntos Europeus, a vice-presidente e coordenadora do Conselho Estratégico Nacional tem cumprido agenda oficial: recebe delegações políticas estrangeiras na sede e já esteve num almoço promovido pelo PSD Lisboa Oeste. Acompanhou Rui Rio esta semana à cimeira do Partido Popular Europeu em Sófia, na Bulgária.

Sombra

Elina Fraga – A ex-bastonária da Ordem dos Advogados tem passado muito despercebida no PSD, depois de ter sido vaiada no congresso quando o seu nome foi anunciado como vice-presidente do partido e de ter sido tornado público que o seu mandato como bastonária é objecto de um inquérito judicial. Tem havido um apagamento mediático, mas o PÚBLICO sabe já promoveu um jantar, em meados de Abril, em Lisboa com militantes da concelhia. Falou do Conselho Estratégico Nacional mas valorizou a afirmação da concelhia

Nuno Morais Sarmento – É o maior peso político que Rui Rio tem na direcção. Mas tem estado muito apagado. Comparece nas reuniões da direcção e até foi à festa dos 44 anos do partido, mas, coincidência ou não (tal como Elina Fraga), nem aparece nas fotografias oficiais publicadas no site do PSD. Não tem dado entrevistas nem fez declarações públicas.

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