Presidente do Conselho Nacional do Ambiente diz que prospecção de petróleo não faz sentido

"Parece-me que não faz muito sentido, nem era necessário estarmos a procurar encontrar petróleo na costa portuguesa, quando este Governo, e muito bem, está a fazer um plano para que a economia de Portugal esteja descarbonizada em 2050", disse Filipe Duarte Santos.

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Mario Lopes Pereira

O presidente do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CNADS), Filipe Duarte Santos, considera que não faz sentido procurar petróleo na costa portuguesa, sendo incoerente com o Acordo de Paris que Portugal subscreveu.

"Parece-me que não faz muito sentido, nem era necessário estarmos a procurar encontrar petróleo na costa portuguesa, quando este Governo, e muito bem, está a fazer um plano para que a economia de Portugal esteja descarbonizada em 2050", disse Filipe Duarte Santos à margem da conferência "Desenvolvimento Sustentável do Oceano e Zonas Costeiras", organizada pelo CNADS na Universidade de Aveiro.

Filipe Duarte Santos, que comentava a decisão tomada na quarta-feira pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de dispensar de estudo de impacto ambiental a prospecção de petróleo ao largo de Aljezur, salientou que para cumprir o acordo de Paris cerca de 70% das reservas de carvão, petróleo e gás natural hoje conhecidas terão de deixar de ser extraídas, pelo que tem de se restringir o consumo de combustíveis fósseis.

"Sabemos que é preciso fazer uma transição energética e deixarmos de estar tão dependentes do carvão, do petróleo e do gás natural. Vamos assumir isso e ser coerentes com isso", disse.

"Todos os países chegaram a um acordo, o que é notável, e agora vamos cumprir esse acordo. Para cumprir esse acordo não precisamos de encontrar mais carvão, mais petróleo, ou mais gás natural", concluiu.

Filipe Duarte Santos defendeu ainda que Portugal "tem condições para defender o ambiente e os seus recursos naturais de uma forma sustentável" e sublinhou a importância da "excelência do ambiente" para o turismo.

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