INEM diz que nenhum pedido de socorro ficou sem resposta no sábado no Porto

Instituto responde a denúncia de sindicato. E diz que para prestar assistência médica a qualquer situação que tivesse lugar na Queima das Fitas, a organização do evento solicitou à Cruz Vermelha Portuguesa que assegurasse um dispositivo próprio de emergência médica, previamente articulado com o INEM.

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Nuno Alexandre Mendes/arquivo

O INEM considerou nesta segunda-feira que a denúncia de que no Porto, no sábado, estiveram inoperacionais metade das ambulâncias de emergência médica e menos 30% de trabalhadores foi "alarmista" e omitiu "deliberadamente" a complementaridade de meios definida para o dia.

"A posição assumida pela referida estrutura sindical [Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Norte] foi alarmista e desproporcionada, omitindo deliberadamente algumas das informações, nomeadamente a complementaridade de meios que estava definida para o dia e para os eventos em questão", revelou o Instituo Nacional de Emergência Médica (INEM), em comunicado enviado à Lusa.

No domingo, o sindicato referiu que o concelho do Porto teve no dia anterior inoperacional metade das ambulâncias de emergência médica e menos 30% de trabalhares na Central de Emergência Médica sediada na cidade, pondo em risco a "eficácia de socorro" à população.

O coordenador da estrutura sindical, Orlando Gonçalves, avançou que no sábado, no Porto, dia dos festejos do FC Porto e último dia da Queima das Fitas da cidade, eventos com vários milhares de pessoas na rua, o INEM teve "três ambulâncias inoperacionais", num universo de seis ambulâncias adjudicadas ao concelho, ou seja, 50% das viaturas.

Também no CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) do Porto, uma das três Centrais de Emergência Médica em Portugal (as outras duas estão em Coimbra e Lisboa), entre os "20 trabalhadores escalados para sábado dia 12 de Maio no Porto, apenas estavam a trabalhar 14 pessoas", ou seja, menos 30%, acrescentou o coordenador do STFPSN.

Em reacção a esta posição, o INEM afiançou que para prestar assistência médica a qualquer situação que tivesse lugar na Queima das Fitas, a organização do evento solicitou à Cruz Vermelha Portuguesa que assegurasse um dispositivo próprio de emergência médica, previamente articulado com o INEM.

"Para reforço dos meios afectos ao Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) na cidade do Porto e da capacidade de resposta da emergência médica pré-hospitalar no dia 12 de Maio [sábado], o INEM deslocalizou adicionalmente para a cidade do Porto as Ambulâncias de Emergência Médica (AEM) da Maia e de Espinho", adiantou.

Relativamente aos CODU, o INEM explicou que são centrais médicas que funcionam numa lógica nacional, sendo as chamadas sempre atendidas pelo profissional do INEM que está há mais tempo disponível, independentemente de se encontrar no Porto, Coimbra ou Lisboa.

"No passado dia 12 de Maio, o INEM teve ao serviço dos seus CODU, nos três turnos de trabalho, 72 Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) para atendimento de chamadas, num total de 76 TEPH escalados para esta função, e que asseguraram a 100% a resposta aos pedidos de ajuda que foram recebidos", lê-se na nota emitida pelo instituto de emergência.

Nesse dia, o tempo médio de atendimento das chamadas nos CODU do INEM foi de 12 segundos, não havendo registo de qualquer pedido de socorro que não tenha tido a resposta adequada, acrescentou.

O Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) funciona segundo uma lógica de complementaridade e sempre que um meio de emergência não se encontra disponível, o INEM recorre a outros meios do sistema que permitam garantir uma resposta igualmente eficaz e de qualidade às necessidades assistenciais dos doentes, salientou. "O INEM deixa a garantia que os cidadãos podem confiar no SIEM, sistema este que o instituto coordena e que assegura uma resposta de inquestionável qualidade com a colaboração fundamental dos Bombeiros e da Cruz Vermelha Portuguesa", vincou.

Lembrando que "será sempre preocupação fundamental" do INEM assegurar que a resposta do SIEM é equitativa, uniforme e de qualidade para todos os cidadãos que se encontrem em território continental.

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