Ex-vereador preocupado com impacto das obras do Bolhão

Correia Fernandes lamenta que túnel de acesso à futura cave não esteja pronto, o que permitiria libertar as ruas em redor do mercado

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O edifício fechou a 28 de Abril e as obras devem começar nos próximos dias PAULO PIMENTA

O ex-vereador do Urbanismo na Câmara do Porto, Manuel Correia Fernandes, está preocupado com o impacto que as obras do Mercado do Bolhão terão na envolvente do edifício, lamentando que o túnel que deveria funcionar como “estaleiro da obra”, libertando as ruas em redor, não vá ser feito antes da recuperação do edifício.

O antigo responsável pelo Urbanismo, no primeiro mandato de Rui Moreira, traduziu as suas preocupações num artigo de opinião publicado esta sexta-feira no Jornal de Notícias, no qual, escreve: “Em rigor, este túnel já deveria estar feito, pois tal passagem iria servir de acesso operacional à obra, libertando toda a envolvente do inferno que é sempre um gigantesco estaleiro no meio da cidade. Lamentavelmente, o túnel irá ser a última e não a primeira obra!”.

Ao PÚBLICO, Correia Fernandes disse “não querer criar uma polémica” em torno deste assunto, nem sequer “responsabilizar ninguém” em particular sobre este facto, mas apenas demonstrar a preocupação por algo que “correu mal” e irá ter consequências. “Correu mal, mas podia ter corrido bem”, disse.

O ex-vereador socialista referia-se à aquisição de imóveis necessária à construção do túnel, que acabou por se arrastar para lá do inicialmente previsto – a última proposta relacionada com essa matéria só foi a reunião do executivo já em Setembro de 2017, quando o primeiro acordo com os proprietários fora apresentado quase um ano antes, em Novembro de 2016.

Contactada pelo PÚBLICO, a assessoria de imprensa da câmara nega que a construção do túnel tenha estada prevista para mais cedo. “Não houve qualquer alteração ao planeamento das obras no Bolhão”, esclareceu, por escrito, acrescentando que “o túnel dará acesso a uma cave que ainda não existe”. Correia Fernandes insiste, contudo, que a construção do túnel esteve prevista para antes do início dos trabalhos de restauro do edifício, sendo um dos argumentos para esse facto, precisamente, “servir de estaleiro e permitir que a obra no Bolhão decorresse sem perturbação no espaço exterior”.

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