Caixa passa de prejuízos a lucros de 68 milhões

Banco público liderado por Paulo Macedo regressou aos lucros trimestrais nos primeiros três meses do ano.

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daniel rocha

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve lucros de 68 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que compara com prejuízos de 38,6 milhões de euros do mesmo período de 2017, divulgou esta quinta-feira o banco público.

A margem financeira desceu 1% para 297 milhões de euros, com a margem financeira na actividade em Portugal a aumentar 6,1% para 182,9 milhões de euros.

Já os resultados de comissões e serviços cresceram 9% para 116 milhões de euros, para o que contribuiu o aumento de 13,8% das comissões em Portugal para 89 milhões de euros, o que, diz a empresa, reflecte "as medidas do Plano Estratégico implementadas em 2017".

As provisões e imparidades reduziram-se 88%, passando dos 108 milhões de euros constituídos no primeiro trimestre de 2017 para 13 milhões de euros entre Janeiro e Março deste ano.

Ainda no primeiro trimestre, o grupo CGD teve custos de 58,5 milhões de euros referentes aos programas de redução de pessoal, utilizando uma provisão já constituída em 2017.

Menos depósitos e créditos

No comunicado enviado aos mercados, o banco liderado por Paulo Macedo sublinha que o “total de recursos captados na actividade doméstica ascendeu a 68.868 milhões de euros no final de Março de 2018, o que representou um aumento de 0,5% face ao período homólogo, influenciado em especial pelo comportamento dos produtos fora de balanço” (como fundos de investimento). No entanto, os depósitos sofreram uma redução de 4% no mercado português.

No que diz respeito ao crédito a clientes, o seu valor “reduziu-se 2,8% relativamente a Dezembro do ano anterior para 58.150 milhões de euros no final de Março de 2018, com o crédito a empresas e a particulares da actividade da CGD Portugal a registarem variações de -2,9% e -1,3%, respectivamente”.

Menos 250 trabalhadores

No mesmo período, o grupo CGD reduziu em 250 o número de trabalhadores. No final de Março, a CGD tinha 8.071 funcionários na actividade doméstica, o que significa menos 250 face aos 8.321 trabalhadores que tinha no fim de 2017. Contabilizando apenas a CGD Portugal, a redução do número de empregados foi de 168, passando de 7.689 no final de 2017 para 7.521 em Março último.

Instado a fazer um balanço sobre a redução do quadro de pessoal, Paulo Macedo avançou que estes 250 trabalhadores saíram por reformas antecipadas e reformas normais. Acrescentou também que foi entretanto lançado um programa de rescisões por mútuo acordo e candidataram-se 100 trabalhadores.

Em termos de agências, a CGD Portugal (rede de atendimento presencial) tinha em Março 587 balcões, os mesmos que no final do ano passado.

No primeiro trimestre o banco vendeu, por outro lado, 750 imóveis que renderam 70 milhões de euros.

França e auditoria

"A CGD pensa que deverá tentar que a sucursal de França continue no seu perímetro, apesar da negociação que foi feita entre o Estado e a Direcção-geral de Concorrência europeia (no quadro da capitalização publica) não o prever", explicou Paulo Macedo, quando questionado sobre o quadro de contestação e de greve que existe actualmente na operação francesa.

Sobre este tema, adiantou ainda que está a ser feito um "esforço para que seja [a sucursal francesa] uma operação rentável de modo a continuar a servir a comunidade portuguesa". No entanto, o presidente da CGD lembrou que "isso só acontecerá se a operação for solidária com todo o esforço que está a recair sobre a operação em Portugal onde vão ser reduzidos, segundo o plano estratégico, 1200 trabalhadores e vão fechar 180 agências."

Referindo-se  à auditoria forense solicitada pelo Governo à EY, para apurar eventuais actos de gestão que suscitam dúvidas, nomeadamente, de legalidade, Paulo Macedo disse que o processo está concluído.

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