Morreu mais um lince-ibérico atropelado no Alentejo

É a terceira morte por atropelamento de linces-ibéricos libertados no Parque Natural do Vale do Guadiana, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

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Um dos animais no Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico, em Silves DR

Um lince-ibérico macho, de um ano e que tinha sido libertado na natureza, morreu durante uma cirurgia a que foi submetido, depois de ter sido encontrado ferido com sinais de atropelamento numa estrada no Alentejo a 2 de Maio, anunciou esta terça-feira o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

O jovem lince-ibérico (Lynx pardinus) Olmo foi encontrado ferido e com sinais de atropelamento na Estrada Nacional (EN) 122, no concelho de Mértola, distrito de Beja, e depois foi sujeito a operação cirúrgica, “acabando por não resistir com vida”, refere o ICNF em comunicado.

Olmo tinha nascido a 9 de Março de 2017, no Centro de Cría de Lince Ibérico Granadilla, em Espanha, e libertado, a 15 de Fevereiro deste ano, perto de Mértola, durante o reforço do processo de reintrodução da espécie, no âmbito do projecto Recuperação da Distribuição Histórica do Lince-Ibérico em Espanha e Portugal.

O lince foi encontrado na faixa de rodagem da EN 122, perto do cruzamento de Alcaria Ruiva, um local já conhecido pela mortalidade de fauna selvagem.

Olmo foi encontrado por um residente e proprietário de um restaurante em Mértola, que “de imediato deu sinal da ocorrência” ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR e permaneceu junto do animal, que, entretanto, se deslocou até uma zona de mato adjacente à estrada.

A equipa de seguimento do ICNF deslocou-se ao local e, com apoio do SEPNA, capturou Olmo, que foi transportado para uma clínica veterinária especializada em intervenções ortopédicas em Loures, onde foi sujeito a uma cirurgia.

Olmo, que acabou por morrer durante a cirurgia, tinha lesões no fígado e no baço provocadas pelo embate do atropelamento, conforme confirmou a análise pós-morte realizada na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa, refere o ICNF.

Segundo o mesmo instituto, trata-se da terceira morte por atropelamento de linces-ibéricos libertados no Parque Natural do Vale do Guadiana, no Alentejo, estando a taxa de sobrevivência da reintrodução da espécie do projeto Life+ Iberlince em Portugal “estimada em 70%”.

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