EUA: São Francisco proíbe “robots” usados para afastar sem-abrigo

O "robot" era usado para substituir guardas-nocturnos e patrulhava as imediações de uma associação pelos direitos dos animais

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Knightscope

A câmara de São Francisco proibiu a sede local da Sociedade para a Prevenção de Crueldade Contra Animais (Society for the Prevention of Cruelty to Animals, em inglês) de recorrer a robots de vigilância nas imediações do edifício. Alegadamente, a organização, que resgata e alberga animais, usava o robot para impedir pessoas sem-abrigo de dormirem na área.

De acordo com o San Francisco Business Times, o robot, chamado K9, tinha autocolantes com imagens de cães e o logótipo da associação sem fins lucrativos e, desde Novembro, patrulhava a zona como se fosse um segurança nocturno. A organização disse ao mesmo jornal que o robot, desenvolvido pela Knightscope, uma start-up norte-americana, era uma maneira de lidarem “com um número crescente de agulhas no chão, roubos de carros e outros crimes” que associavam “a um acampamento de sem-abrigo ao longo dos passeios do escritório”. Com a entrada em funcionamento do K9, "deixaram de existir estes acampamentos e o número de roubos diminuiu". A organização acrescentou contudo que “não era claro que o robot tivesse provocado estas alterações”, mas que "teriam de estar correlacionadas".

Ao contrário da associação, que defende que o robot contribui para a segurança das ruas, várias pessoas manifestaram-se contra a acção. No início do mês, a câmara de São Francisco, depois de receber algumas queixas, enviou um email à associação onde dizia que o robot estava a “operar em área pública sem a devida licença” e que, por isso, tinham ou de parar de o usar ou de pedir autorização. Caso a associação não respeitasse a ordem, teria de pagar uma multa de mais de mil euros por cada dia que continuasse a usá-lo.

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Knightscope

Segundo o site da startup, o modelo do robot é o K5 — a associação baptizou-o depois de K9 que, se lido em inglês, soa a “canine”, “canino”, em português — e atinge uma velocidade máxima de cerca de cinco quilómetros por hora. É apresentado como parte da “equipa de segurança do futuro”, mede mais de um metro e meio e pesa cerca de 180 quilogramas. Cada uma das quatro câmaras com que o K5 vem equipado consegue ler 300 matrículas por minuto e o robot envia alertas quando “identifica transgressores ou pessoas na lista negra”.

O K5 pode ser alugado por cerca de cinco dólares por hora. O governo local está também a negociar leis para regular o uso de robots que entregam comida e compras.

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