Festival Zona Não Vigiada regressa à Zona J com dancehall, o novo reggaetón e residências

A segunda edição do festival organizado pela Casa Conveniente e a Filho Único tem lugar a 16 de Setembro em Chelas, com os jamaicanos Equiknoxx, a chilena Tomasa del Real e o português B Fachada, entre outros

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A chilena Tomasa del Real está na linha da frente de uma nova vaga de reggaetón DR

Em Setembro de 2015, na Zona J, em Chelas, Lisboa, aconteceu um dos momentos mais especiais da rentrée desse ano: a primeira edição do Festival Zona Não Vigiada. Durante um dia, num ringue de futebol ao ar livre, fez-se a diferença pelo cruzamento de públicos, de circuitos, de músicas – do rock de coração aberto e ardor punk das Pega Monstro ao grime galvanizante dos ingleses Newham Generals, Jammz e Logan Sama, passando pelas desconstruções kuduristas de DJ Firmeza, Maboku e Lilocox, que tiveram direito a invasão de palco pelos mais novos.

Foi bonita a festa, pá – e este ano está de volta, novamente pela mão da Filho Único e da Casa Conveniente/ Zona Não Vigiada, companhia da encenadora Mónica Calle com morada na Zona J. É dia 16 de Setembro, entre as 16h e as 21h na Avenida João Paulo II, com entrada gratuita e um alinhamento pluralista. Da Jamaica vem o colectivo Equiknoxx, que apresenta pela primeira vez em Portugal o seu dancehall mutante, pleno de desvios modulares e experimentalismo tímbrico, numa estranha e surpreendente recontextualização do género (ouça-se o disco Bird Sound Power, de 2016).

Também em estreia por cá e a propor novas leituras, mas noutras coordenadas, está a chilena Tomasa del Real. Na linha da frente de uma nova vaga de reggaetón que foge à massificação e desafia o machismo e a homofobia tantas vezes presentes no meio, Tomasa del Real resgata, sabota, transforma e revitaliza o reggaetón, puxando pelas suas raízes comunitárias e do-it-yourself, numa roupagem futurista mas fortemente identitária. Explosiva, sem pudores.

Outro dos pontos altos será o hip-hop de trepidação electrónica e fluxos urbanos da dupla de produtores God Colony. Vêm com a rapper, e cúmplice, Flohio, uma das vozes mais poderosas da nova geração de MCs londrinos. Ainda há tempo para B Fachada, sem o qual a música popular portuguesa já não seria mesma, e Nigga Fox, mestre incontornável do pós-kuduro, em representação da editora Príncipe.

Este ano o festival é antecedido por um programa de residências na Zona J. Uma será com as Pega Monstro, aberta a participantes de todo o país. A outra ficará a cargo de Rusty Santos – produtor americano que já trabalhou com nomes como Animal Collective, DJ Rashad, Ariel Pink ou Vashti Bunyan – e será destinada sobretudo a produtores de hip-hop e MCs da Zona J.

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