“Doc's Kingdom”: há cinema documental em Arcos de Valdevez

De 3 a 8 de Setembro, a vila minhota recebe o Seminário Internacional de Cinema Documental "Doc' Kingdom", sob o lema "Emergir no conflito"

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Billy Woodberry é uma das figuras-chave do movimento L.A. Rebellion e vai estar no Doc's Kingdom DR

Os cineastas Billy Woodberry, Clara López Menéndez, Jamika Ajalon e Sana na N'Hada são os últimos artistas confirmados para o seminário de cinema documental Doc's Kingdom, que se realiza em Setembro em Arcos de Valdevez. Sob o lema "Emergir no conflito", o Seminário Internacional de Cinema Documental, organizado pela Apordoc (responsável pelo Doclisboa), regressa este ano, entre 3 a 8 de Setembro.

Os artistas agora anunciados juntam-se aos já confirmados, desde Julho: Margarida Mendes, Pedro Neves Marques e Mariana Silva, da Inhabitants — plataforma online para documentário e vídeo exploratório —, Anjalika Sagar e Kodwo Eshun, do colectivo artístico The Otolith Group, bem como as duplas de documentaristas Saguenail e Regina Guimarães, e Graeme Thomson e Silvia Maglioni.

Billy Woodberry é uma das figuras-chave do movimento conhecido como L.A. Rebellion, formado por uma jovem geração de africanos e afro-americanos, cineastas independentes que criaram um cinema negro alternativo a Hollywood, influenciado pelo discurso político e social de 1967 e 1968. Por seu lado, Clara López Menéndez desenvolveu a sua prática nas áreas da curadoria, pedagogia, crítica de arte e performance, enquanto Jamika Ajalon se afirma como uma artista interdisciplinar que trabalha com a palavra escrita e falada, som e fotografia, cinema, vídeo, texto e música. Sana na N'Hada "participou na luta armada pela Frente de Libertação Guineense contra o colonialismo português", pode ler-se no comunicado da organização, primeiro como paramédico, depois como cineasta, tendo sido um dos pioneiros do cinema na Guiné-Bissau.

A programação deste ano é da responsabilidade de Filipa César, artista e realizadora portuguesa radicada em Berlim, e de Olivier Marboeuf, curador e produtor francês, com o director do seminário, Nuno Lisboa, o primeiro português a programar o seminário de cinema documental independente Robert Flaherty, em Nova Iorque, que toma o nome do pioneiro norte-americano do cinema documental.

Cada dia do seminário é composto por sessões de cinema com início às 10horas e às 14h30, seguidas de um debate colectivo ao final do dia. "O Doc's Kingdom é a experiência integral e cumulativa que inclui as sessões de cinema, os debates e o encontro colectivo numa atmosfera informal, com a presença dos realizadores convidados ao longo de todo o seminário, num programa que é o mesmo para todos os participantes, sem sessões paralelas", descreve o comunicado.

"O programa de sessões é secreto e pode sofrer alterações ao longo da semana consoante a dinâmica do grupo que, a cada jornada, entra na sala de cinema sem mapa, aliando a disponibilidade e o risco para cooperar numa experiência que não pode antecipar", acrescentam os organizadores. Contando com mais de mil participantes desde a sua primeira edição, o Doc's Kingdom já acolheu cineastas como Frederick Wiseman, James Benning, Susana de Sousa Dias, Abderrahmane Sissako, Kidlat Tahimik, Pedro Costa, Peter Nestler, Pedro Pinho, Catarina Mourão, Salomé Lamas, Miguel Gomes, Adirley Queirós, Leonor Teles, Catarina Alves Costa ou Hartmut Bitomsky.

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