Vamos ter de esperar mais pelas bicicletas partilhadas em Lisboa

EMEL informa que ainda não há data prevista para o arranque da rede. Foi agora lançada a consulta para captação do patrocinador

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Kaique Rocha/Pexels

A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) informou esta sexta-feira que ainda não há uma data prevista para o arranque da rede de bicicletas partilhadas, depois de ter projectado iniciar a fase de testes em Março.

"A instalação de infra-estruturas está a ser feita para a fase de teste, no Parque das Nações, mas, dado o número de entidades envolvidas em todo o processo técnico e os prazos que cada uma delas demora para concluir a sua parte, ainda não fecharam o calendário", explica a empresa, numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

Em meados de Fevereiro passado, a EMEL divulgou que iria abrir candidaturas para os voluntários que quisessem, durante o mês de Março, testar a rede de bicicletas partilhadas no Parque das Nações, fazendo depois recomendações ao projecto. Contudo, até hoje, esta fase de testes não avançou e os inscritos para participar — assim como os convidados da empresa — ainda não receberam qualquer informação sobre o início do projecto. Na resposta enviada à Lusa, a EMEL indica que, na passada terça-feira, "foi lançada a consulta para captação de 'sponsor' [patrocinador] do sistema". "Depois entraremos em fase de fabrico e montagem de equipamentos para a totalidade da operação", acrescenta.

Em causa está uma rede de 1.410 bicicletas (940 eléctricas e 470 convencionais) distribuídas por 140 estações: 92 no planalto central da cidade, 27 na baixa e frente ribeirinha, 15 no Parque das Nações e seis no eixo entre as avenidas Fontes Pereira de Melo e da Liberdade. Inicialmente, avançará apenas uma fase piloto com 10 estações e um máximo de 100 bicicletas no Parque das Nações. O investimento da EMEL no projecto é na ordem dos 23 milhões de euros, através de um contrato de prestação de serviços celebrado com a empresa portuguesa Órbita, para um período de oito anos.

De acordo com o plano de negócio do projecto, divulgado em Fevereiro do ano passado, o passe anual deverá custar 36 euros e o bilhete diário dez euros, pelo que a empresa perspectiva uma receita de 897.321 euros por ano. Relativamente à publicidade, o plano de negócio prevê a cobrança de 350 euros por bicicleta, o que deverá representar um encaixe financeiro anual superior a 400 mil euros.

Também atrasadas estão as obras para instalação de acessos suaves ao Castelo, à Sé e à Graça, que visam atenuar a topografia do terreno e as características desta zona histórica através da introdução de meios mecânicos. Em causa estão, desde logo, escadas rolantes para ligar a praça do Martim Moniz ao Castelo de São Jorge. A EMEL indica, também em resposta escrita enviada à Lusa, que já o troço "Escadinhas da Saúde", que ligará a porta da Mouraria à Rua Marquês Ponte de Lima, já está em obra e deverá estar pronto "no Verão de 2017". Anteriormente, a empresa apontava para o "final de 2016/início de 2017".

Paralelamente, está em curso a criação de um elevador para ligar as Escadinhas das Portas do Mar (junto ao Campo das Cebolas) ao Largo da Sé. A empresa calculava que o equipamento estivesse operacional no Verão de 2017, mas agora prevê a conclusão "durante o segundo trimestre de 2018", após as escavações arqueológicas realizadas terem originado alterações no projecto. Quanto ao percurso da Graça, haverá um funicular a ligar a Rua dos Lagares e o Miradouro da Graça. Para este acesso, a EMEL nunca apontou datas, estimando agora a "conclusão durante o segundo trimestre de 2018". Também aqui, as escavações arqueológicas levaram a modificações ao projecto, uma das quais se centra em "integrar e respeitar o achado da Muralha Fernandina", segundo esta entidade. A Câmara de Lisboa incumbiu a EMEL de construir e gerir estes meios.

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