CaixaBank compra mais 8% do BPI e avança para saída de bolsa

Banco espanhol passa a deter quase 93% do BPI após compra realizada ao grupo Allianz.

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Pablo Forero, com Jose Pena Amaral, da administração do BPI Miguel Manso

O CaixaBank, principal accionista do BPI, anunciou este domingo que adquiriu mais 8,425% do banco do capital do banco português, uma operação que o torna detentor de um total de 92,9% das acções e que deverá criar as condições para que o BPI deixe de estar cotado em bolsa.

Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco espanhol revela que a compra de acções foi feita ao grupo segurador Allianz por um valor total muito próximo dos 178 milhões de euros, a um preço de 1,45 euros por acção.

Isto significa que aquisição foi feita a um valor cerca de 22,7% mais alto do que a actual cotação do BPI e quase 28% acima do preço da oferta pública de aquisição (OPA) que o Caixabank realizou no ano passado aos accionistas do BPI. Nessa operação, através de uma oferta de 1,134 euros por acção, o CaixaBank conseguiu assumir o controlo do banco português ficando com 84,5% do capital. O grupo Allianz, contudo, decidiu nessa altura não vender a sua participação.

Uma das consequências do reforço do domínio do CaixaBank no capital do BPI deverá agora ser, anunciou também o banco, a saída do BPI de bolsa. O comunicado afirma que “é intenção do CaixaBank requerer, nas próximas semanas, ao presidente da Mesa da Assembleia Geral do Banco BPI uma reunião para aprovar a perda de qualidade de sociedade aberta do Banco BPI”.

Depois da OPA do ano passado, o BPI já tinha deixado de estar presente no índice PSI20, devido à redução muito significativa do número de acções que poderia ser transaccionadas em bolsa. Na altura, contudo, os seus responsáveis tinham manifestado a intenção de manter o título cotado.

Em comunicado o grupo Allianz confirmou a venda das acções do BPI que detinha, anunciando que acordou com o CaixaBank acordaram "reorganizar a parceria de negócio através do Banco BPI em Portugal, com o objectivo de manter e fortalecer a cooperação na distribuição de seguros". Os termos do novo acordo terão ainda de ser aprovados pelos conselhos de administração da Allianz Portugal e do BPI.

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