Uber, o bendito asteróide que vai aniquilar de vez os taxistas

A posição dos taxistas contra a Uber é o equivalente moderno a uma manifestação de dinossauros contra o asteróide que os extinguiu, considera o Jovem Conservador de Direita. Depois do sucesso no Facebook, lança agora um livro humorístico: "A Era do Doutor — retrato do génio que vai salvar Portugal" já está nas bancas

Livro contém ilustrações de Gui Castro Felga
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Livro contém ilustrações de Gui Castro Felga
Kai Pfaffenbach/Reuters
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Finalmente a Uber vai ser legalizada. É o tão ansiado princípio do fim dos taxistas. Daqui a uns anos vamos ter de explicar às crianças o que foi um "taxista", levando-as a museus dos táxis. Eventualmente, a Dra. Catarina Portas vai abrir uma empresa em que as pessoas podem reviver a experiência de andar de táxi com um motorista racista, como quem usa Pasta Medicinal Couto e Restaurador Olex. A nostalgia será sempre um negócio, pelo menos até ao dia em que as pessoas não vão arriscar entrar em carros conduzidos por seres humanos por questões de segurança. Vai ser muito curioso assistir às manifestações dos motoristas humanos da Uber contra os motoristas "cyborg" que lhes roubam o emprego.

A posição dos taxistas contra a Uber é o equivalente moderno a uma manifestação de dinossauros contra o asteróide que os extinguiu. Por isso, espero que aproveitem estes últimos tempos dos taxistas e tirem muitas fotografias para mostrarem aos vossos netos.

Só não concordo que a legalização da Uber passe por acrescentar regulações, como a obrigatoriedade da formação dos motoristas. Como defensor do mercado livre, sou contra quase todas as regulações. Não acho que os taxistas devam ser regulados, da mesma maneira que não acho que a Uber deva ser regulada. Aliás, para que é que existem táxis? Um táxi é um automóvel pintado. Se lhe deixamos de chamar táxi, passa a ser só um automóvel. Se o dono desse automóvel o colocar à disposição para boleias e as pessoas lhe pagarem as boleias, para quê perder tempo com burocracias? As regulações só travam o empreendedorismo.

Pelo facto de ser pouco regulada, muitas pessoas acusam a Uber de oferecer poucas condições de segurança aos seus clientes. São inúmeros os casos de agressões e até de violações em carros da Uber. A questão é que o problema de haver violadores não se resolve com regulações. É por um violador pagar impostos especiais e frequentar formação que deixa de ser violador? Claro que não, mesmo que a formação de motoristas Uber inclua um módulo sobre não violar clientes! Pelo menos a Uber permite que uma experiência de violação seja classificada com uma estrela, para avisar futuros clientes de que aquele motorista é um predador sexual. Os violadores até podem não ter medo da prisão, mas ninguém gosta de uma "bad review".

O mercado livre é a única regulação de que necessitamos. Se um negócio funciona, o mercado livre recompensa-o. Se não funciona, pune-o. Um sem-abrigo até pode abrir um talho de carne encontrada na beira da estrada. Se houver procura, pode manter o negócio. Se uma pessoa quer comprar carne podre contaminada de um cão atropelado, o que é que a Direcção-Geral de Saúde tem a ver com isso? Se não gostar ou ficar doente no exercício da sua liberdade de comprar carne estragada, vai à Yelp deixar uma "bad review" e o assunto fica resolvido. Se os talhos normais começarem a ser ultrapassados pelos talhos de carne "low cost", que se adaptem e que comecem a diversificar os seus produtos. Só assim é que a economia evolui.

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