Já podemos incluir os jogos de computador no currículo?

Qualquer jogo pode contribuir para promover novas competências, mas os ditos jogos de estratégia e gestão podem permitir desenvolver qualidades úteis para o mundo laboral

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Lucy Nicholson/Reuters

Os videojogos são consumidos em massa, com percentagens crescentes da população de todas as idades mas especialmente entre os mais jovens, a gastarem grande parte do seu lazer em frente aos ecrãs.

Há jogos para todos os gostos e idades. No mundo da diversão digital já se viu de tudo, desde a acção frenética ao joguinho mais calmo, passando por simuladores massivos e complexos de quase tudo. Alguns destes jogos mais complicados exigem capacidades de gestão estratégica e logística, já para não falar do desenvolvimento lógico útil para todas as actividades intelectuais. Com certeza que quem os joga desenvolve competências potencialmente úteis para outras áreas. Qualquer jogo pode contribuir para promover novas competências, mas os ditos jogos de estratégia e gestão podem permitir desenvolver qualidades úteis para o mundo laboral.

Analisando a tendência de desenvolvimento civilizacional das sociedades da informação, será que um dia algo que ainda pode ser visto como brincadeira das gerações mais jovens poderá vir a ter outra valorização social? Será que veremos ser referido, por exemplo, num currículo, as performances de um candidato num determinado jogo de computador como uma mais-valia para o empregador?

As empresas e entidades empregadoras já valorizam as actividades associativas e desportivas nas avaliações dos currículos dos candidatos, tentando perceber se se trata de uma pessoa activa, fisicamente saudável, resiliente e inserida no seu meio social, entre outros aspectos.

Será que algum dia um candidato a um cargo de gestão poderá indicar a sua performance num simulador do tipo Tycoon, Civilization, Empires, Total War ou semelhante? Quem sabe um Sim City ou afins? E se falarmos dos jogos em rede que funcionam em páginas de internet? Mesmo um League of Legends é altamente táctico. Estes e outros jogos têm sistemas de avaliação por níveis que premeiam a capacidade táctica, estratégica e de gestão, tanto de recursos como da capacidade para trabalhar em equipa de forma organizada e eficiente. Será que os poderemos citar com orgulho ou serão sempre vistos como uma brincadeira?

Para além dos videojogos há também os jogos de tabuleiro cuja popularidade está em grande crescimento. Será que os podemos citar nos currículos como suportes do nosso vigor intelectual e estratégico tal como citamos as actividades desportivas para ajudar a comprovar a nossa boa forma física, espírito competitivo e de equipa? A importância do lazer através dos jogos, especialmente os electrónicos, é incontornável nas sociedades contemporâneas. Por isso, no futuro, tendo em conta a tendência, os jogos terão cada vez mais peso em todos os aspectos da vida individual e social, podendo trazer mudanças inesperadas e até revolucionárias. 

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