Magik Play: e se os brinquedos de madeira se juntassem às "apps"?

São dez os projectos portugueses que competem pelos 25 mil euros do Prémio Nacional das Indústrias Criativas. O Magik Play nasceu em Braga e quer usar brinquedos reais para criar interacção com conteúdos em "tablets"

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O vosso projecto é um dos dez finalistas da edição 2016 do PNIC. Como o descreveriam a quem nunca ouviu falar de vocês?

O nosso projecto chama-se Magik Play e com ele queremos mudar a forma como as crianças brincam e aprendem com os "tablets" através da interacção de tradicionais brinquedos de madeira com um conjunto de "apps" educativas especiais que transformam o iPad num cenário virtual à frente do qual as crianças poderão fazer construções com blocos de madeira reais. Estes jogos são desenhados para estimular as capacidades motoras, as noções de espaço, a criatividade e a colaboração.

Em que é que a vossa empresa difere de outros projectos semelhantes?

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A equipa Magik Play

Este projecto é 100% original e uma inovação mundial. Pela primeira vez são usados brinquedos de madeira reais para interagirem com conteúdos nos "tablets". Fazemos a ligação do mundo físico ao mundo digital através de uma tecnologia que estamos a patentear. Com esta tecnologia criamos uma realidade aumentada onde as crianças brincam com os brinquedos e não apenas com o "tablet", permitindo uma interacção mais natural. Existem outros produtos internacionais que se inserem na mesma categoria (produtos que combinam a interacção física e digital), mas que utilizam tecnologias e formas diversificadas de interacção, como o OSMO ou o Tiggly.

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O Magik Play está à venda a partir de 35 euros

O prémio para o vencedor desta edição são 25 mil euros. Caso vençam, como contam investir o dinheiro?

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Temos um projecto com enorme potencial mas também muito exigente na criação de novos conteúdos e de outros conceitos de jogos. Pretendemos usar o dinheiro essencialmente em três áreas: contratar mais pessoas para a equipa, de modo a conseguirmos desenvolver mais conteúdos, ajudar a financiar a nossa presença em vários eventos internacionais para os quais temos tido diversos convites e, ainda, para criarmos projectos pedagógicos com escolas que nos permitam desenvolver jogos adaptados às necessidades educativas de cada faixa etária.

O que faz falta às indústrias criativas portuguesas?

Temos boas ideias e bons projectos mas a dimensão do nosso mercado não ajuda e, por isso, temos de ser capazes de pensar cada vez mais em negócios globais. No entanto, é também necessário que exista investimento que permita aos empreendedores arriscar mais, estar mais em contacto com influenciadores e conseguir estabelecer a rede de contactos necessária para crescer.

Se o vosso projecto fosse a uma entrevista de emprego e lhe perguntassem onde vai estar em 2020, o que responderiam?

Queremos ser reconhecidos internacionalmente como um dos principais "players" no desenvolvimento de brinquedos/jogos interactivos que contribuem para melhorar o desenvolvimento das crianças.

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