Cientista de Coimbra distinguido com prémio europeu de computação evolucionária

Penousal Machado foi distinguido com o "mais importante prémio" na área da computação evolucionária atribuído no espaço europeu. É o mais jovem investigador a recebê-lo

Penousal Machado acaba de ser distinguido com o EvoStar Award for Outstanding Contribution to Evolutionary Computation in Europe 2016, prémio atribuído pela EvoStar, que é a Conferência Científica líder na Europa neste campo da ciência, informou esta quarta-feira a Universidade de Coimbra (UC). O galardão reconhece a "continuada excelência do trabalho científico e os contributos para o desenvolvimento desta área de conhecimento a nível mundial", afirma a UC, considerando que "esta distinção tem a natureza de prémio de consagração de carreira", ainda que Penousal Machado seja o mais jovem investigador a recebê-lo.

Penousal Machado é coordenador do grupo de Cognitive and Media and Systems e fundador do Laboratório de Computational Design e Visualization, ambos no Centro de Informática e Sistemas da UC (CISUC). O prémio "é, acima de tudo, o reconhecimento da excelência e impacto da investigação realizada no CISUC", sustenta Penousal Machado. "Apesar de ser um prémio individual, reflecte o trabalho de toda uma equipa de alunos e colegas com os quais tenho o privilégio de trabalhar".

Algoritmos que evoluem obras

A área da computação evolucionária, que se integra no domínio da inteligência computacional, procura "transformar os princípios da teoria da evolução das espécies, de Darwin, em algoritmos, por forma a resolver problemas de elevada complexidade". O trabalho de Penousal Machado e do grupo de cientistas de que faz parte distingue-se pela "aplicação de técnicas de computação evolucionária" e, outras, "inspiradas na natureza aos domínios da arte, música e design computacional". "Em vez de tentarmos desenvolver algoritmos que geram obras, criamos algoritmos que evoluem obras", explica Penousal Machado.

"Ao longo do tempo, a evolução natural deu origem a um grande conjunto de espécies adaptadas ao meio ambiente em que vivem", refere o investigador, adiantando que "analogamente, os nossos algoritmos evoluem artefactos que se adequam às preferências estéticas dos utilizadores". Embora se trate de um trabalho com implicações ao nível da criatividade computacional, "importa salientar que o objectivo não é o de substituir os humanos, mas sim de oferecer novos mecanismos de expressão que possam complementar a criatividade humana, resultando numa expansão cognitiva".

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