O melhor do P3 de 2015 ("take" 2)

Conhecemos póneis que são "muito boas pessoas" e vimos arquitectura com as mãos. Falámos sobre precariedade e com fotógrafos conceituados. É certo que o melhor ainda está para vir, mas no final do ano recordamos dez dos nossos trabalhos mais importantes de 2015. Este é o "take" 2

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Equitação terapêutica: “Estes póneis são muito boas pessoas”
No Pony Club do Porto, os animais são tão importantes quanto as crianças e os adultos que usufruem das sessões de equitação terapêutica. Há tempo para criar amizades com os póneis e para trabalhar os aspectos físico, cognitivo e social dos utentes. No Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que se assinalou a 2 de Dezembro, fomos conhecer a relação do Rodrigo, um menino com paralisia cerebral, com os póneis Cookie, Gordito, Tião. "São muito boas pessoas", diz uma das psicólogas do centro. O vídeo e a fotogaleria completam a história.

"Vamos fazer estágios até sermos velhinhos? Não é solução"Seis em cada dez trabalhos criados em Portugal são estágios. A vida de Joana (um estágio profissional, um curricular não remunerado e quatro meses e meio de trabalho de gratuito no currículo) é semelhante à de milhares de portugueses que vêem nesta modalidade a única opção de entrada no mercado de trabalho. “O estágio é claramente uma forma de nivelar por baixo a entrada no mercado de trabalho”, lamenta Adriano Campos, dos Precários Inflexíveis. "Vamos fazer estágios até sermos velhinhos?", questiona Maria Manuel, a ponderar seriamente a emigração. "Não é solução."

A nova vida de Daniel Rodrigues: das “ladyboys” aos AçoresNos últimos três anos, Daniel Rodrigues visitou 25 países (a título pessoal ou para o “The New York Times”, com o qual colabora). Com o dinheiro de trabalhos e prémios que ia fazendo e conquistando, o fotojornalista de 28 anos, que nem máquina tinha em 2013 quando venceu o World Press Photo, apontou o passaporte para bem longe. Esteve na Tailândia para conhecer e fotografar as “ladyboys”, mulheres que continuam a ter um pénis e que, apesar da tolerância face ao seu terceiro género no país asiático, trabalham sobretudo em negócios de sexo e entretenimento. Passou pelo Irão e pela Turquia e no Brasil fez dois trabalhos: na tribo dos Awá, na Amazónia, e sobre o futebol de rua. A nova vida (resumida) de Daniel Rodrigues está aqui, em imagens.

Porto de Leixões: um terminal de luz para todas as estaçõesA 700 metros da costa, o edifício desenhado por Luís Pedro Silva para receber os passageiros de cruzeiros que chegam a Leixões impressiona pela dimensão. De azulejos que desafiam a perspectiva a um anfiteatro na cobertura, o novo terminal vai poder ser visitado por todos. A melhor maneira de o começar a ver? É com as mãos postas em riste para tocar nos azulejos hexagonais (um milhão!) que cobrem grande parte deste gigantesco ovni, botão de rosa branco ou rolo de papel desfolhado (como já lhe chamaram). Esta fotogaleria prova-o: é mesmo um terminal de luz para todas as estações.

O que acontece a uma prostituta quando envelhece?Elas eram trabalhadoras do sexo. Envelheceram e agora vivem em comunidade na Casa Xochiquetzal, no México. "Las Amorosas Más Bravas" é um fotolivro que resulta de seis anos de trabalho da fotógrafa Bénédicte Desrus em cooperação com a escritora mexicana Celia Gómez Ramos dentro desta casa de repouso, onde vivem 26 ex-prostitutas. “Elas são mulheres muito fortes e independentes. Têm muita dignidade, um excelente sentido de humor e personalidades muito fortes. Aprendi muito com elas, inclusive a ser mais tolerante e a defender-me — não é fácil ir lá todos os dias e passar lá muito tempo. Às vezes chega-se e está toda a gente feliz, toda a gente se ri; noutros dias estão todas de mau humor, discutem e dizem que não querem ver ninguém", contou a fotógrafa em entrevista ao P3.

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