Omniflow é um gerador urbano com energia solar e eólica

Por ser silencioso, o novo sistema híbrido português pode ser usado em áreas residenciais. Omniflow participou no concurso EDP Inovação — Richard Branson em 2009

Omniflow é um sistema híbrido que combina energia solar com energia eólica em sistemas de produção de energia que se destinam a ser utilizados em fins residenciais, comerciais, em telecomunicações e sistemas de iluminação.

É um gerador de energia renovável que tem uma turbina vertical que direcciona o vento de uma forma mais eficiente do que as tradicionais eólicas, garantindo obter mais rendimento, independentemente da trajectória do vento. Ao contrário das “tradicionais” eólicas, este sistema não depende das condições perfeitas para produzir energia.

O formato, além de garantir um funcionamento quase silencioso que pode ser utilizado em áreas residenciais, garante o seu funcionamento por se adaptar à direcção do vento, independentemente da intensidade. Na superfície das suas asas invertidas, sistema que permite captar o vento de qualquer direcção, é possível colocar uma série de painéis fotovoltaicos que lhe garantem uma dupla função energética — eólica e solar.

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A ideia inicial do sistema surgiu em 2009 no âmbito do concurso EDP-Richard Branson, concurso que procura projectos energéticos inovadores em algumas áreas das “cleantech”. Nesta fase Pedro Ruão, fundador e CEO da empresa, concorreu com uma versão (apenas em conceito) do princípio de funcionamento do sistema Omniflow.

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Em 2011, depois de ter evoluído o seu sistema, foi apoiado pelo COTEC Portugal e Portugal Ventures, o que lhe garantiu um investimento inicial para o desenvolvimento da sua tecnologia, apoio necessário que lhe permitiu crescer e entrar no mercado logo em 2013.

Para o mercado a Omniflow lançou-se com apenas um membro na empresa, o fundador e CEO, Pedro Cunha, e com apenas um produto, o “sistema Omniflow”.

O fundador da empresa referiu a importância do papel da EDP. "Foram os responsáveis pelo início do nosso conceito e arranque da empresa”. A EDP desempenha desde o início “um papel activo" e tem seguindo o percurso desde a sua génese.

Quanto ao sistema Omniflow, Pedro Cunha explicou-nos que o “os dispositivos utilizam uma asa invertida para dirigir o vento de qualquer direcção (omnidirecional), sistema que acelera o escoamento do vento na direcção da turbina de eixo vertical. A superfície da asa é coberta por células fotovoltaicas de alta eficiência que maximizam a produção de energia na área disponível. Ao aliar as duas fontes de energia vamos ter mais horas de produção durante o ano. Por norma o sol é mais estável como fonte de energia mas a turbina irá compensar a quebra de produção no Inverno, já que o solar fotovoltaico tem o seu pico de produção no Verão e a turbina tem o seu pico de produção no Inverno assim como também pode funcionar ocasionalmente de noite”.

Segundo o CEO da empresa “a criação de uma tecnologia híbrida que funde dois tipos de energias renováveis, o sol e o vento, num só sistema” é o que distingue esta empresa das restantes empresas concorrentes. A Omniflow “opera no mercado de produção de energia de pequena escala, estando presente tanto no mercado residencial como em aplicações profissionais com possibilidade fornecer energia para mercados crescentes como o de edifícios, telecomunicações e Smart Lighting” (principais clientes).

Questionado sobre a evolução da empresa desde a participação no concurso EDP Inovação em 2009, Pedro salientou que a EDP permitiu que o seu projecto fosse apoiado, de modo a entrar no mercado nacional e a conquistar novos mercados internacionais.

O concurso EDP Inovação promove o desenvolvimento de novos projectos empresariais focados em inovação tecnológica ou em inovação de modelos de negócio na área das tecnologias limpas no sector da energia garantindo aos vencedores  um prémio no valor de 50 mil euros de forma a reforçar e dar continuidade ao projecto apresentado no concurso.

Quanto a perspectivas a curto prazo está a aquisição de “instalações próprias em lugares emblemáticos, um pouco por todo o mundo” com a garantia de que em “2016 será um ano de crescimento". "Em Janeiro assinamos acordos para a distribuição nos EUA, Alemanha, Brasil, Índia e mais recentemente China. O potencial de crescimento em alguns mercados estratégicos é gigantesco e estamo-nos a preparar para estar à altura do desafio que se avizinha” sublinhou o CEO e Fundador da Omniflow.

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