Palpite para a final

O favoritismo, embora não muito elevado, está do lado dos All Blacks. Que poderão fazer os mais fracos australianos para inverter a tendência?

Foto

A regra da aposta para esta final Nova Zelândia-Austrália é fácil: se não se quer correr riscos mas também não se pensa em prémios elevados, aposta-se nos neozelandeses; se se pretende um maior risco mas a hipótese de um prémio mais elevado, aposta-se nos australianos.

 

Como mostra o quadro publicado ao lado (carregue na imagem para abrir), as vantagens da produção neste Mundial, salvo em "erros de manuseamento" pertencem aos neozelandeses.

Foto
Quadro

 

Mas são valores que não definem um vencedor - as distâncias não serão tão grandes que permitam falar-se de vencedores antecipados. E mesmo que os valores fossem superiores para um dos lados, trata-se de de uma final de um Mundial. E numa final todas as previsões podem mudar por um pormenor que poderá afectar uma equipa de maneira imprevisível. Ou seja e por definição: uma final tem resultado imprevisível. Para mais tratando-se do 1.º classificado (Nova Zelândia) do ranking da World Rugby, com 93,67 pontos, com o 2.º classificado (Austrália) com 91,75 pontos.

 

Ambas as equipas defendem muito e bem - 85% sensivelmente de eficácia - e ultrapassam a Linha de Vantagem em mais de 50% das vezes que têm a bola disponível. Para marcarem ensaios a Nova Zelândia precisa, em média, de 13 bolas disponíveis, enquanto a Austrália necessita, também em média, de 16 bolas disponíveis. O que, como cartão de visita, qualifica o jogo que iremos ver.

 

Diversas batalhas entre unidades adversárias vão dar uma particular intensidade a este jogo final: entre as terceiras-linhas, de McCaw, Read e Kaino pelo lado neozelandês, e Hooper, Pocock e Fardy do lado australiano - e que luta se prevê nos breakdowns onde, aliás, há uma proximidade média de conquista entre ambas as equipas. Depois, ver se o título oficioso de "melhor formação do mundo" serve ou não a Aaron Smith, que terá no australiano Genia um adversário de respeito. Carter, o abertura neozelandês, considerado o melhor estratega mundial - para além da sua capacidade de chutar aos postes - terá na frente, não um, mas dois adversários: Foley e Giteau que fazem, em constantes adaptações às circunstâncias, o papel de abertura da Austrália. E pode-se ver a poupança a que são sujeitos para garantir a melhor das suas capacidades sempre que venha a ser necessário, com Giteau, nos alinhamentos adversários, a ser poupado do choque e colocado no corredor de cinco metros, enquanto que Foley se refugia muitas vezes na posição de defesa.

 

Mas outro dos aspectos que terá interesse será o combate dos centros: Ma'a Nonu/Colin frente a frente com Giteau/Kuridrani. E aqui, no melhor interesse neozelandês, vai haver choque. Como também será possível ver pontapés altos sobre Foley perseguidos pelo excelente Ben Smith - que serão mais ainda se Folau não puder jogar. Está visto: o combate dos dois meios-campos vai influenciar o vencedor. E o combate aéreo - onde se inclui a luta entre os pares Retalick/Whitelock e Douglas/ Simmons - será também um dos pontos sensíveis. E ainda falta saber como se comportarão as duas formações-ordenadas: para quem a vantagem? E o pequeno número de formações permitirá alguma importância no desenrolar do jogo?

 

O favoritismo, embora não muito elevado, está do lado dos All Blacks que são, portanto, mais fortes. Que poderão fazer os mais fracos australianos para inverter a tendência?

 

Sabe-se da estória que David, o mais fraco, derrotou Golias, o mais forte, com recurso a tácticas e acções diferentes das usuais.

 

Os designados mindgames, neste caso, estarão a passar-se no privado, na frente dos vídeos a tentar prever a estratégia adversária para escolher e montar a contra-estratégia - e o conhecimento mútuo da personalidade de cada um dos líderes, ajuda à montagem. Qualquer das duas equipas técnicas, comandadas por Hansen e Cheika, tem as competências suficientes para desmontar analiticamente as equipas adversárias, os seus pontos fortes e pontos fracos e as possibilidades de novas combinações e encontrar a forma de surpreender o adversário.

 

Marcar primeiro vai colocar problemas ao adversário que verá psicologicamente diminuída - numa quase proporção directa do aumento do adversário - a sua margem de sobrevivência... porque é de um verdadeiro combate que se tratará.

 

Palpite final: vitória da Nova Zelândia por uma diferença de 4 pontos.

Sugerir correcção
Comentar