UTAD cria "jardins terapêuticos" para cura física e mental

Os "jardins terapêuticos" serão criados em espaços hospitalares e instituições sociais, para ajudar nos processos de cura física e mental dos utentes

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Mike Hoff | Flickr

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) anunciou a realização de estudos para implantação de "jardins terapêuticos" em espaços hospitalares e instituições sociais, para ajudar nos processos de cura física e mental dos utentes. O objectivo do projecto, que está a ser desenvolvido por investigadores da UTAD, é demonstrar as vantagens destes jardins na promoção da saúde do bem-estar físico, social e psicológico dos utentes.

"As áreas residenciais com jardins de proximidade têm provado ter menor ocorrência de problemas mentais, promovendo a interacção social e o sentimento comunitário, oportunidades de escape às actividades diárias exigentes e espaços para exercício físico, bem como oportunidades para restauração mental e alívio do stresse", afirmou, em comunicado, o professor da UTAD Frederico Meireles.

O investigador acrescentou, ainda, que "as zonas urbanas próximas dos espaços verdes são também mais seguras e menos propensas à violência e ao vandalismo". O trabalho da academia transmontana quer, agora, demonstrar a "vocação dos parques e jardins para a regeneração mental e física do ser humano" e provar que, com a sua implementação, se pode conseguir uma "eficiente redução dos custos com a saúde e seguranças das sociedades urbanas".

O interesse por esta linha de investigação na UTAD foi iniciado pela docente e arquitecta paisagista Sandra Costa, que estudou os espaços terapêuticos e restaurativos, utilizando como caso de estudo o campus do Hospital Pedro Hispano, no Porto.

Nos últimos três anos, Frederico Meireles tem evidenciado a importância destes espaços para as comunidades e o seu contributo para o bem-estar e restauração mental através de trabalhos feitos no âmbito de um projecto de investigação europeu sobre Hortas Urbanas na Europa.

Entretanto, e no âmbito deste projecto, a investigadora Lina Fernandes tem vindo a estudar o caso da quinta da Associação de Paralisia Cerebral de Vila Real, com o objectivo de desenvolver um espaço exterior adaptado às necessidades terapêuticas.

Mais recentemente, o projecto final de mestrado de arquitectura paisagista de Guilherme Fernandes focou o campus da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), em Sabrosa, tendo resultado no projecto de um espaço adaptado a utilizadores com necessidades especiais e com capacidade de auxiliar as terapias no espaço exterior. Frederico Meireles e Sandra Costa estão também a desenvolver estudos em parques e jardins, focando o comportamento das pessoas, a sua percepção e a relação emocional que estabelecem com os espaços exteriores.

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