Coimbra: aniversário da Universidade dura o ano inteiro

Programa das festas dos 725 anos da Universidade de Coimbra envolveu não só as unidades orgânicas da mais antiga instituição de ensino do país, mas também vários agentes culturais da cidade, do país e do mundo

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Faculdade de Direito

Não deverá ser a quantidade de eventos o aspecto mais importante de uma programação cultural. E, no caso da programação cultural para a comemoração dos 725 anos da Universidade de Coimbra não é mesmo. Tanto que a sua principal responsável, a vice-reitora Clara Almeida Santos, não tem a noção concreta de quantos são — “acho que são cerca de 170”, adivinha — até porque a programação ainda não está fechada, e o número tem tendência a aumentar.

Mas, convenhamos, é difícil não começar por aí, pelo número de eventos que já estão marcados para assinalar a data. Se o número é dinâmico (no dia 20 de Fevereiro, na conferência de imprensa para apresentar a programação falava-se de 150 eventos; e agora já são mais de 170), o mesmo não se pode dizer do tema das comemorações, que é sempre o mesmo: “Tempo dos Encontros” . “É o encontro da Universidade com a sua história e o seu património, mas também com a capacidade que sempre teve de se adaptar e de preparar o seu futuro”, explica a vice-reitora. O tema, afinal, é suficientemente vasto para acolher representações de todos os géneros. Desde as académicas, clássicas e institucionais, às mais artísticas e contemporâneas.

Mega-evento

Ainda em 2014 a Universidade de Coimbra lançou um repto a todas as entidades culturais e artísticas da cidade que propusesse um evento de acordo com este tema. O resultado é um programa de festas que se transformou num mega-evento que conta com a organização de mais 60 parceiros e mais 400 pessoas envolvidas na produção dos espectáculos. E lá se sobrepôs a tentação de falar dos números, outra vez, mas a programação segue dentro de momentos.

Há conferências, debates e exposições. Há concertos de música e recitais de poesia. Há ciclos de dança, de cinema, e de teatro. E há muita lusofonia: “Quisemos ir ao encontro dos países africanos de língua portuguesa, que este ano também celebram um aniversario redondo, os 40 anos da independência”. O programa termina com a realização de um Congresso Internacional da Língua Portugesa. Ao Brasil couberam as honras de abertura, com o concerto, no passado dia 2 de Março, de Adriana Calcanhotto.

"Há muitos motivos para vir ao encontro da Universidade e da cidade de Coimbra durante este ano de 2015”, afirma Clara Almeida Santos. Para a vice-reitora, o objectivo desta programação é afirmar a Universidade de Coimbra sem medo dos seus paradoxos: sim, tem uma história longa, pesada, que respeita e que acarinha as suas tradições, e é, ao mesmo tempo, uma instituição atirada para o futuro, com investigação de ponta.

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