Empresa portuguesa cria drones para levar Internet a zonas do mundo sem rede

A multinacional portuguesa Tekever integra um consórcio europeu cujo objectivo é fazer chegar Internet a zonas do mundo sem rede. Drones podem ser ajuda, também, para equipas de segurança

Foto
Charles Platiau/Reuters

Um consórcio europeu, que inclui universidades e empresas, pretende levar a Internet a locais sem rede, usando drones equipados com tecnologia de comunicação sem fios, um projecto no valor de três milhões de euros a desenvolver até 2018.

"Há sítios no mundo que, por uma razão ou por outra, temporária ou permanentemente, não têm infra.estrutura. E a infra-estrutura não tem, necessariamente, de ser fixa. Pode ser este tipo de tecnologia a fornecer comunicações a uma determinada zona", assinalou à Lusa Ricardo Mendes, presidente da multinacional portuguesa Tekever, que integra o consórcio, e que tem a seu cargo a concepção dos drones.

O uso de tecnologias móveis e "wireless" em drones (aviões não tripulados) pode ser útil para as populações de zonas rurais que não têm cobertura de rede de telemóvel ou Internet, mas também para os habitantes ou equipas de segurança e da protecção civil que tenham ficado privados temporariamente de comunicações, num cenário de catástrofe como um sismo. Na prática, esclareceu Ricardo Mendes, "alguns dos pontos da rede" de comunicações "são aviões", em vez de postes.

Caberá à Tekever conceber a "arquitectura" das comunicações e dos drones. Serão testados vários tipos de drones — há os que voam durante 15 minutos e os que estão no ar seis meses, exemplificou o presidente da empresa. O consórcio, que reúne nove parceiros, terá ainda de estudar o sistema que irá gerir a rede, nomeadamente o funcionamento dos drones.

O projecto, a concretizar em três anos, é financiado pelo programa da União Europeia Horizonte 2020, destinado a apoiar a inovação e a ciência. Do consórcio fazem parte, além da Tekever, unidades de investigação portuguesas, universidades da Grécia e do Reino Unido, uma empresa de engenharia de comunicações italiana e um operador espanhol de rede "Wi-Fi", este último para garantir que a tecnologia testada possa ser, eventualmente, comercializada.

Sugerir correcção
Comentar