Nova incubadora da Mouraria vai apoiar projectos criativas

Candidaturas para projectos no Centro de Inovação da Mouraria estão abertas até 15 de Abril. Indústrias criativas são as áreas a apoiar, essencialmente de jovens até 35 anos

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iJuliAn/Flickr

Jovens com negócios nas áreas da música, moda e design, média, gastronomia e ofícios tradicionais de manufactura vão ter em Maio um novo espaço de incubação na Mouraria, em Lisboa, para o qual já podem concorrer.

O objectivo é "valorizar o carácter inovador de [cada] projecto e a ligação a Lisboa e a esta área da cidade", disse a vereadora da Economia e Inovação do município, Graça Fonseca. Até 15 de Abril estão abertas as candidaturas para os criativos que queiram participar no Centro de Inovação da Mouraria (CIM), situado na Rua dos Lagares, que se traduz na primeira incubadora de Lisboa a apoiar projectos e ideias de negócios das indústrias criativas.

Falando aos jornalistas após uma visita realizada ao espaço, Graça Fonseca destacou que uma das áreas que vai ser dinamizada é a manufactura — desde a azulejaria, olaria, joalharia ao restauro — para a qual haverá uma pequena sala de produção (que será utilizada também para outras vertentes). "Ao contrário daquilo que se pensa — que os novos negócios são só nas áreas tecnológicas — há muitas pessoas que hoje em dia procuram reinventar e, no fundo, inovar saberes e técnicas antigas que estão neste momento com grande dinâmica", sustentou.

A autarquia tenciona apoiar essencialmente jovens com 35 anos ou menos neste espaço, mas segundo a responsável a idade não será um factor de exclusão. "Se nos aparecer aqui alguém com 50 anos que tenha um produto inovador na área das artes e ofícios", também poderá ser selecionado, salientou. Graça Fonseca disse ainda esperar que o CIM, juntamente com outros projectos, "possa ser uma âncora para trazer mais pessoas, maior investimento, maior capacidade de reabilitação e de regeneração" para a Mouraria.

Com uma área útil de 1.400 metros quadrados, a incubadora vai acolher 50 empreendedores, divididos por oito salas, com o respectivo espaço de trabalho. De acordo com o director-executivo do CIM, João Meneses, a diferença entre este espaço e outros de "coworking" (escritórios partilhados por mais do que uma entidade ou empresa) na cidade é que ali serão prestados vários tipos de apoio, nomeadamente de consultadoria e jurídico.

Esta incubadora junta-se à rede já existente na cidade, apoiada pelo município, e da qual faz parte a Startup Lisboa, que assinalou este mês três anos e já apoiou mais de 180 microempresas, 250 empreendedores. A rede é ainda constituída pela Trienal de Arquitectura.

Os resultados do concurso são conhecidos a 15 de Maio e, dez dias depois, a 25, o CIM é inaugurado, num edifício que foi uma residência senhorial do século XV (propriedade municipal desde 1998). Foi também a Câmara que o reabilitou, preservando algumas marcas históricas, e cuja intervenção custou cerca de dois milhões de euros. 

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