Arquitectura: Escola do Porto mostra-se em nova edição da revista Unidade

Revista histórica volta como um "sensor do estado da arte da Escola do Porto". Apresentação conta com a presença de Siza Vieira

Foto
O prémio Pritzker Siza Vieira vai marcar presença no lançamento do novo número da revista Paulo Ricca

A oitava revista Unidade, criada em 1988 por estudantes da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, vai ser lançada esta quinta-feira, dia 22, como um "sensor do estado da arte da Escola do Porto". A publicação, com periodicidade flutuante, foi lançada na altura com coordenação de Jorge Figueira como "uma revista de carácter fundamentalmente político", para "reflexão e discussão da Escola do Porto", disse à Lusa Pedro Bragança, estudante de doutoramento da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) e um dos elementos da equipa editorial também composta por Hugo Barros, Marta Nogueira e Pedro Ferreira.

A sessão de lançamento da revista Unidade, que conta com contributos de nomes como os do filósofo esloveno Slavoj Zizek e do antigo líder do Bloco de Esquerda Francisco Louçã, vai decorrer às 21:30 no Edifício AXA, com a presença do prémio Pritzker Siza Vieira e do artista Filip Dujardin.

"É consensual que não se pode identificar uma Escola do Porto hoje como noutros períodos", realçou Hugo Barros, uma vez que se tratou de uma geração, fortemente influenciada pelos processos que decorreram da revolução do 25 de Abril de 1974, como o Serviço Ambulatório de Apoio Local (SAAL).

Hugo Barros explicou à Lusa que, na altura, havia "um leitmotif muito forte", em particular a falta de habitação à qual o SAAL procurou dar resposta, que as gerações contemporâneas ainda não encontraram.

"Se a Escola do Porto se olhar ao espelho vê dois Pritzkers [Siza Vieira e Souto Moura]. Se olhar pela janela vê um território cheio de problemas", disse Hugo Barros para sublinhar a importância desse acto de "olhar pela janela" para encarar as problemáticas com que se depara a arquitectura actual. Para Pedro Bragança, "já chega de a escola se olhar ao espelho" para agora se "reconciliar com as grandes emergências sociais de Portugal" no contexto da crise.

Sugerir correcção
Comentar