Portugal sem pequenitos

Hoje podemos mostrar às castas deste país e globais que somos capazes e audazes, participando, cívica e politicamente, porque existe um novo espaço onde isso é possível

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Eric Gaillard/ Reuters

E quando um dia houver empregos e quem foi obrigado a emigrar voltar a Portugal porque cá encontra uma economia dinâmica, sustentável, onde a precariedade laboral deixou de ser a norma?

  

E quando os hospitais pararem de ser fechados? Quando as pessoas que tanto deram a este país deixarem de morrer na fila de espera das urgências?

  

E quando um Governo tiver coragem de não lamber botas aos banqueiros – únicos culpados da crise por injectarem dinheiro nas bolhas imobiliária e financeira – e lhes exigir a redução drástica do valor dos juros e uma renegociação da dívida que tenha em conta a legitimidade da mesma?

 

E quando esse dinheiro for investido na educação, na diminuição da pobreza, no acesso à água e à habitação?

  

Esse dia chegará quando quisermos. E eu acho que já esteve mais longe!

  

Salazares de ontem e Salazaretes de hoje quiseram-nos fazer herdar um Portugal dos pequenitos. Onde o Governo tem medo de negociar como país soberano, se quisermos ser simpáticos, ou em que os negociadores se vendem por comissões e tachos. Onde nada funciona para lá da disfuncional burocracia, que se presta aos favores de uma máfia corrupta – a casta que se instalou – que começa na mais recôndita repartição dum qualquer vilarejo e termina no Terreiro do Paço. Onde uma elite medíocre, pequenita, pequenita, criou mecanismos para se perpetuar no poder, atravessando regimes, governando um grande povo com demasiado bom coração – só assim se explica que tenha permitido tanta subjugação.

 

Querem-nos fazer acreditar que somos de brandos costumes para nos manterem quietos, submissos. Desejam que nos esqueçamos – retirando a História dos currículos escolares ou reinventando-a na comunicação social – que atirámos um Conde Andeiro pela janela, destronámos em guerra civil um rei absolutista a favor de uma rainha liberal, matámos o último rei a tiro. Revolucionámos um Mundo dividido em guerra-fria trazendo a paz em cravos vermelhos aos molhos.

 

Hoje podemos mostrar às castas deste país e globais que somos capazes e audazes, participando, cívica e politicamente, porque existe um novo espaço onde isso é possível. Os espanhóis “copiaram” o 12 de Março (Geração à Rasca) criando um 15 de Maio mais consistente. Agora os ventos do Podemos espanhol chegaram a Portugal. E os seus métodos de reunião e decisão começam a ser postos em prática por um movimento que está a nascer e a espalhar-se pelo país, numa onda de vontades que não é de esquerda nem de direita. É dos de baixo, dos 99% que querem pôr fim à ditadura do 1%. Olhando e aprendendo com as vitórias e os erros do outro lado da Ibéria, nasce aberto e participativo. Sê-lo-á quanto mais forem as pessoas que a ele se juntarem.

 

 

E o teu contributo é necessário, válido. Tem valor. Vem à Assembleia Cidadã de sábado, no Porto. Ou assiste à emissão em directo na internet, participando via chat. Cria um Círculo local ou temático. Muito em breve, participa ativamente na construção do programa político e toma todas as decisões importantes, nacionais ou locais, numa plataforma de votações e debate online transparente, onde todas as pessoas têm voz e cada uma conta um voto, sem privilégios. 

Juntos Podemos muito mais do que imaginamos!

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