P3rsonalidade do ano 2014

Porque passámos o ano de 2014 a conhecer pessoas que vale a pena conhecer, decidimos recuperar dez histórias e pedir a vossa ajuda para escolher a P3rsonalidade de 2014. Vota aqui até 29 de Dezembro

Foto

Ganhámos prémios em várias áreas: ilustração, ciência, música, literatura. Olhámos para o design e decidimos que pode ajudar quem perde memória — e quem não vai ter o que comer, no futuro. Fizemos filmes no espaço e abraçámos burros. Trabalhámos o gesso e lutámos pelo estuque, sem esquecer quem tem de usar um tecto alheio. Aqui estão dez histórias do nosso ano: queremos ajuda para escolher a melhor. Só é preciso votar neste link (os votos nos comentários não são quantificados), até 29 de Dezembro.

Em Março, as ilustrações originais que Catarina Sobral criou para “O meu avô” venceram um prémio internacional atribuído pela Feira do Livro Infantil de Bolonha, em Itália. Foram 21 mil euros pelo álbum ilustrado que conta a vida de um avô que frequenta aulas de alemão e de pilates.

Também inspirada pelos avós, ambos com Alzheimer, Rita Maldonado Branco dedicou-se a estudar a doença. A jovem de 27 anos decidiu pôr o design ao serviço de quem tem Alzheimer e, para isso, criou um jogo de cartas, uma toalha de mesa e um livro de família. Tudo pensado para quem perdeu a memória. “As famílias têm o conteúdo: partilharam uma vida e memórias. O meu papel é ajudá-las a usar esse conteúdo de forma a facilitar a comunicação”, explicou ao P3. Ainda o design associado a temas de saúde, desta vez alimentar. Susana Soares, a viver em Londres, faz patês de insectos em impressoras 3D. O objectivo é melhorar o aspecto visual destes animais, para que boa parte da população mundial os passe a aceitar como alimento. A designer acredita que os insectos são a proteína do futuro e, por isso, cria peças “que parecem joalharia”, descreve.

Tal como Susana, também Duarte Victorino vive em Londres, onde fez parte de uma das equipas de efeitos visuais de “Gravidade” (Alfonso Cuarón, 2013). O Óscar da categoria que o filme recebeu representa, igualmente, o seu trabalho enquanto director técnico de efeitos visuais. Basta pensar nos milhares de estilhaços de vidro que se espalham pelo espaço, resultantes dos acidentes que vão acontecendo aos personagens principais, interpretados por Sandra Bullock e George Clooney.

Foto
Clica na imagem para aumentar

O último trimestre do ano revelou-se fértil em prémios. André Miranda foi o vencedor do 6.º Prémio Nacional das Indústrias Criativas (PNIC), com uma orquestra especializada na composição e produção de bandas sonoras para cinema, TV e videojogos. A WESO — assim se chama a orquestra — “encaixa na indústria cinematográfica que nem ginjas”, justifica o jovem de 24 anos. Com a mesma idade, Afonso Reis Cabral venceu o Prémio Leya de 2014 com “O Meu Irmão”. Descendente de Eça de Queiroz, o lisboeta escreve desde os 9 anos: começou na poesia e depois tentou a prosa. O livro que lhe valeu cem mil euros conta a história da relação entre dois irmãos, um deles com síndrome de Down.

Ricardo Eleutério desenvolveu uma técnica não invasiva e indolor que pode contribuir para o diagnóstico precoce do cancro da mama. Concorreu com a sua dissertação ao Fraunhofer Portugal Challenge 2014 e venceu na categoria de mestrado. Os dois mil euros de prémio que recebeu vão ser aplicados no estudo e aperfeiçoamento da técnica original.

Em Novembro viajámos duas vezes para Norte. Primeiro até Paredes de Coura, onde conhecemos João Brandão Rodrigues e os burros que acolheu na quinta de família. O veterinário especializado nestes animais fala de Papoila, Bolota, Zimbro e Trigo, que não se inibiram perante a câmara de vídeo do P3. Perto, em Viana do Castelo, Iva Viana quer “voltar a pôr o gesso e o estuque no mercado”. Esta estucadora de 33 anos move-se num “meio totalmente masculino” e faz peças únicas para todo o mundo, a partir do atelier que mantém no Minho.

No mesmo mês, as fotografias que Mário Cruz tirou em Lisboa chegaram ao jornal norte-americano “The New York Times”. Com o projecto “Roof”, o fotógrafo mostra a vida de quem é obrigado viver num tecto que não lhe pertence, escondendo-se da sociedade. É uma denúncia social, uma chamada de atenção para a pobreza que a cidade desconhece.

Artigo actualizado a 30 de Dezembro com os resultados da votação (à esquerda).

Sugerir correcção
Comentar