Estas mini casas são portuguesas e feitas por um auto-didacta

O “boom” das mini-casas é mundial e há muito que chegou a Portugal. Nas Caldas da Rainha, o “artesão de casas” João Neves constrói espaços sustentáveis, com madeira, cortiça, lã de ovelha e tecidos

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Apelida-se de “artesão de casas” para afastar a ideia de um empresário que faz produtos em série e de forma automatizada. Em seis anos, João Neves ergueu mais de 30 mini-casas — e, garante, não há duas iguais entre elas. O que as une? O conceito de sustentabilidade: “Produzo de forma artesanal e sempre respeitando a natureza. Uso madeira, cortiça, lã de ovelha e tecidos.”

Três meses sem trabalhar, à custa de uma operação a um joelho, marinaram aquilo que viria a ser o seu emprego e a concretização de uma “ideia de criança”: “Gostava muito desta ideia de materiais naturais e com tanto tempo parado comecei a pensar no que podia fazer. Sempre tive uma paixão por construção de abrigos e foi aí que fui parar”, contou ao P3 o ex-bancário e ex-professor de cerâmica e escultura.

A Minicasas Portugal nasceu assim, há seis anos, com a construção de um “yurt” (cabana circular usada na Mongólia) para usufruto próprio. A partir dali, João Neves não parou mais: “Foi sempre a desenvolver coisas diferentes. Mas não tenho nada em ‘stock’, produzo de acordo com o que o cliente quer”, contou.

As mini casas têm um mínimo de dois e um máximo de 20 metros quadrados e são sempre erguidas quase exclusivamente com “materiais sustentáveis”, como a madeira, a cortiça, tecidos e lã de ovelha. E estas escolhas não beneficiam só o ambiente, são boas para o conforto e saúde de quem as habita, diz João Neves: “A lã de ovelha é um óptimo isolamento, tanto para o frio como para o calor, e absorve e liberta humidades. Sendo um material poroso é não só sustentável como saudável.”

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E como aprendeu o homem de 49 anos a arte? “Sou um auto-didacta. Aprendi fazendo pesquisa na internet. Dantes usavam-se enciclopédias, agora está tudo online.” O preço dos “open space” de João Neves varia “entre os três e os seis mil euros” e é difícil eleger um cliente tipo: “O meu primeiro cliente foi uma pessoa de 72 anos, mas a faixa etária é variada. A maior parte andará nos 40 – 50 anos, mas já vendi a casais nos 30 anos”, conta, acrescentando que têm crescido os clientes ligados ao turismo.

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Nos países europeus, a febre das mini casas tem crescido na faixa etária dos 20-30 anos, por jovens que procuram alternativas mais baratas do que os empréstimos.

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