“Identificámo-nos logo com os valores do Cascais Rugby”

Nuno Taful, director da GroundLink Sports, revela que existiram “muitos contactos” com clubes da Divisão de Honra e da I Divisão, mas a formação da Linha apresentou um “projecto credível”

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António Maltez

Após o “duro golpe” sofrido com a ruptura com o Caldas Rugby, a GroundLink encontrou em Cascais “um clube em crescimento e com muita ambição” que encaixou como uma luva no que os responsáveis pela empresa do sector aeronáutico procuravam.

Em entrevista ao P3 Râguebi, Nuno Taful, director da GroundLink Sports, afirma que na próxima época o objectivo inicial passa por garantir o “play-off”, admite a chegada de mais reforços a Cascais e revela que a partir deste ano os jogadores da formação do clube da Linha e estrangeiros terão prioridade para colmatar vagas de trabalho nos quadros da empresa.

Após um ano de sucesso desportivo no Caldas Rugby, a que se deveu esta mudança da GroundLink para Cascais?

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Já se falou muito sobre este tema. Tanto a GroundLink como o Caldas Rugby já tiveram a oportunidade de manifestarem o que não correu bem. A grande diferença foi a nível cultural sendo que a ambição e a visão dos dois intervenientes no protocolo eram incompatíveis. No Caldas, fizemos bons amigos e desejamos a maior sorte para o futuro. Foi uma experiência enriquecedora tanto para jogadores como para a própria empresa. Admitimos que foi um duro golpe para todos mas nem sempre na vida o rumo tem que ser o mesmo. No Cascais Rugby vimos um clube vivo, com uma formação recheada de bons jogadores e identificámo-nos logo com os valores e forma como querem evoluir.

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Para além do Cascais, existiram contactos com outros clubes?

Existiram de facto muitos contactos tanto de clubes da Divisão de Honra como da I Divisão. Pelo respeito que nos merecem, ouvimos todos aqueles que nos quiseram mostrar os seus projectos.

Que motivos pesaram mais na escolha do Cascais?

Admitimos que nos foram apresentados vários projectos muito interessantes, o que serve para comprovar a competência de alguns responsáveis no râguebi português. No entanto, à partida a escolha do Cascais Rugby pareceu-nos logo a mais adequada mas sabíamos que para avançarmos para a parceria teriam sempre que nos apresentar um projecto credível. Antes de nos sentarmos à mesa para qualquer reunião, fizemos também o nosso trabalho de casa, ouvindo algumas pessoas do mundo do râguebi, percebendo as limitações do clube e o potencial de crescimento. Mas os motivos que pesaram mais foi a integração dos jogadores e do treinador do quadro da GroundLink, a organização e disponibilidade dos responsáveis do Cascais Rugby, a formação muito evoluída e o potencial da equipa sénior, as potenciais sinergias e ser um clube em crescimento e com muita ambição.

Quais serão os objectivos na próxima época?

Já sabemos que vamos ser crucificados por falta de ambição, como seriamos por ambição a mais, mas os objectivos em termos desportivos passam por garantir o “play-off” do título, ou seja os seis primeiros lugares. Garantindo isso, reavaliaremos a nossa posição. Clubes como CDUL e o Direito serão os crónicos candidatos e os restantes são uma incógnita. João Uva para o Belenenses será uma forte aposta, o Técnico se garantir os mesmos estrangeiros será mais uma vez fortíssimo, a Agronomia, a Académica, o CDUP e o CRAV também serão sempre muito competitivos, restando ainda definir o outro clube que ficará na Honra. Acreditamos que será o campeonato mais competitivo dos últimos anos sendo também um enorme desafio e responsabilidade para nós.

Nas Caldas da Rainha tinham estabelecido que depois de quatro ou cinco épocas na Divisão de Honra iam atacar o título. Com a mudança para Cascais esse objectivo torna-se mais acessível. Para quando apontam agora que esse objectivo seja possível?

Como a nossa influência no Caldas era maior poderíamos assumir esses objectivos de acordo com o que tínhamos em mente e o potencial que a empresa tem para apoiar um clube. Neste caso, como serão outros moldes, iremos analisar ano após ano esse objectivo. Teremos em conjunto de perceber quais as limitações da equipa sénior e como se integram os nossos jogadores. Não nos vamos precipitar e o mais importante é criar uma base forte, um grupo unido em torno do Cascais. Gostaríamos obviamente de num espaço de três anos poder disputar um título, mas primeiro temos que perceber as reais necessidades da equipa para na altura certa fazer os reajustamentos necessários e investimentos para podermos ambicionar o título.

Para além dos 12 jogadores dos quadros da GroundLink, estão previstos mais reforços?

Sim. Temos algumas vagas na empresa que estamos a estudar qual a melhor forma de preencher. Tanto poderão ser reforços para a equipa técnica como jogadores que entendemos que podem ter potencial e merecem uma oportunidade de se tornarem melhores. Queremos fechar este dossier o mais depressa possível sendo que o Cascais é que terá a última palavra. De qualquer forma não iremos andar a bater à porta de todos os clubes à procura de jogadores mas teremos a porta aberta para quem queira jogar no clube. Para reforçar a ideia, a partir deste ano entendemos que a prioridade para colmatar vagas de trabalho será dada a jogadores da formação do Cascais ou estrangeiros.

O Maxi Jordan fará parte da equipa técnica? Que papel terá no Cascais?

Ainda há algumas arestas a limar, mas há a clara intenção de contar com o Maxi para treinador adjunto. Entendemos que é um treinador com enorme margem de progressão, conhecedor do râguebi actual e com muita vontade de singrar, sendo uma aposta para ajudar o Cascais a curto e a longo prazo. O Cascais e o seu actual treinador principal, o João Bettencourt, têm mostrado também uma grande vontade de o receber e juntos tornarem a equipa muito mais competitiva.

Na época passada o Cascais foi a única equipa do Distrito de Lisboa da Divisão de Honra que não competiu nos Sub-23. Já há alguma decisão de como será em 2014-15?

Terá que ser uma pergunta para os responsáveis do Cascais. O nosso apoio enquanto parceiro será noutros moldes, uma vez que o clube está devidamente organizado, cabendo à GroundLink observar mais à distância, dando sugestões e em alguns casos trabalhar em equipa para atingirmos objectivos comuns. No entanto, pelo que temos falado, existirá uma equipa de Sub-23 com estrutura própria, mas muito ligada aos seniores.

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