Este fisioterapeuta português está no topo do ténis mundial

Português de 27 anos trabalha em permanência para Tommy Haas. É também o fisioterapeuta das selecções nacionais da Taça Davis e da Fed Cup

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Com 27 anos, Carlos Costa já acompanhou a antiga número um mundial, a sérvia Ana Ivanovic DR

O nome Carlos Costa pode não dizer nada, mas, no circuito do ténis, o fisioterapeuta português, de apenas 27 anos, é um dos mais cobiçados profissionais, numa carreira que abraçou quase por acaso.

"Desde muito novo estive ligado ao desporto, pois é uma área que sempre fez parte da minha vida e me fascinou. Iniciei a minha prática desportiva na natação, até chegar à alta competição, passando pelo futebol, BTT e, mais tarde, por referências como o 'Pistol Pete [Sampras]', Agassi e, também incentivado pelo meu pai e pelo meu padrinho, acabei por querer aprender a jogar ténis", começou por recordar por e-mail desde Miami, onde está a acompanhar o alemão Tommy Haas, para quem trabalha em permanência.

Apaixonado pelo desporto, Carlos Costa encontrou na fisioterapia o caminho para trabalhar com atletas, "de hóquei, basquetebol, futebol, natação, windsurf", até que, de "forma inesperada", o ténis apareceu, quando foi convidado por um ex-fisioterapeuta do ATP para trabalhar com ele. "Graças ao meu bom desempenho profissional, surgiram as oportunidades de acompanhar jogadores no Tour e assim estar mais envolvido no ténis", recordou.

Aos 27 anos, o fisioterapeuta português, que actualmente também trabalha com as selecções nacionais da Taça Davis e da Fed Cup, tem já um currículo invejável, que inclui o acompanhamento da antiga número um mundial, a sérvia Ana Ivanovic, e o de Haas, com quem colabora pelo terceiro ano consecutivo. "Em simultâneo, também fui fisioterapeuta na MercedesCup em Estugarda e fiz reabilitação a outros jogadores como o Tomas Berdych, Frantisek Cermak, Karol Beck, Andre Begeman, entre outros", completou.

Carlos Costa fez do desporto o guia das suas "linhas profissionais", tendo feito estágios em Medicina Desportiva durante o Curso de Fisioterapia, trabalhado em fitness para aperfeiçoamento de exercícios, além de ter concluído uma pós-graduação em Medicina Tradicional Chinesa e, no fim do ano passado, um Mestrado em Osteopatia Estrutural, "uma mais-valia" para complementar os conhecimentos adquiridos e aumentar a diversidade de métodos/técnicas utilizadas.

Perfeccionismo e exigência

Discreto e reservado, o vianense rejeita apontar os "segredos" do sucesso, justificando-o sim com virtudes, "como ser perfeccionista, muito curioso, estar sempre a querer evoluir, ser exigente e, sobretudo, adorar desafios". O maior, neste momento, é trabalhar com Tommy Haas, o veterano tenista alemão que, segundo Carlos Costa, é um "jogador exigente".

Embora garanta que o seu dia-a-dia é igual ao de qualquer outra pessoa, o representante português no topo do ténis mundial reconhece que o facto de estar permanentemente a viajar eleva os níveis de exigência no seu quotidiano. Adepto de novas experiências, Carlos Costa recordou a vitória de Tommy Haas frente a Roger Federer na relva de Halle, em 2012, como o momento que mais o marcou.

"Mas, talvez a história mais engraçada foi, após algum tempo a trabalhar com o Tommy, ele pedir-me para conduzir um carro e eu ter um acidente logo a seguir, sem ter a mínima noção de onde estava em Los Angeles, sem telemóvel e sem saber de quem era o carro", confessou, assumindo que só com ajuda do Google Maps conseguiu chegar a casa "são e salvo", e com uma história para contar ao alemão.

Para já, Carlos Costa não quer definir objectivos para o seu futuro, garantindo que eles estão a ser concretizados a seu tempo. "É principalmente o sucesso do atleta para quem estou a trabalhar que me move e, claro, caso consiga ganhar um torneio fico feliz, pois é o resultado de todo um empenho e dedicação profissional", concluiu o jovem, que, neste momento, não pensa em trocar o ténis por nenhum outro desporto.

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