Sai uma frigideira para o freguês, por favor!

“Sem pretensões a estrelas Michelin”, a cadeia de restaurantes Sea Me tem um novo conceito. A Frigideira de Bairro é inspirada no petisco, um “hábito antigo dos lisboetas” agora reinventado pela "street food" de autor

Fernando Marques/Lemmonier Studio
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Os clientes não são tratados como clientes, mas sim “fregueses”. A Frigideira de Bairro — em vários pontos da cidade de Lisboa, já a partir do início de Março — junta à tradição um conceito moderno de "street food" de autor.

A Frigideira de Bairro oferece “tudo o que pode ser feito numa frigideira”, o que vai muito para além de “fritar ovos”, mas sem “malabarismos culinários”, como é dito na página do Facebook.

Desde as frigideiras de legumes do mercado, batatas assadas com ervas do campo, gambas, iscas de bacalhau, camarão frito e tantas outras variedades, este novo conceito promete oferecer aos lisboetas e a quem por ali passa “comida de grande qualidade a um preço baixo e justo”.

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O intuito é mesmo esse: oferecer qualidade. A premissa poderia levar a pensar em “estrelas Michelin”, mas essa não é a pretensão dos responsáveis, afirmou ao P3 um dos sócios e proprietários do grupo Sea Me, Rui Gaspar.

Depois do peixe e do prego

A cadeia de restaurantes Sea Me é, para Rui Gaspar, “um grupo de restauração que não quis criar um restaurante, quis criar uma marca”. O primeiro restaurante, que dá nome ao grupo, surgiu em 2010 e especializou-se na venda e confecção de peixe, sushi e marisco.

“Fazia-nos confusão que sendo Portugal um país com uma tão grande qualidade de peixe, uma costa alargada, não houvesse um restaurante especializado mesmo em peixe e que o tratasse de uma maneira premium”.

Neste restaurante, está disponível um único prato de carne: o prego. “Verificámos um fenómeno curioso: o prego em Bolo do Caco era o prato mais vendido do restaurante. Ao fim de vários petiscos diferentes, cada pessoa pedia geralmente um prego”.

Daí partiu o segundo conceito, um restaurante que se dedicasse apenas à venda de pregos: O Prego da Peixaria, que abriu ao público no passado mês de Novembro e segue um modelo bastante português e evita “americanices”, como lhes chama Rui Gaspar. “Hamburguerias há uma em cada esquina”. Na ementa estão também alguns hambúrgueres (de peixe) e um prego vegetariano.

A ideia de partir para a street food de autor partiu de uma influência de práticas internacionais. “Esta corrente existe há muito nos Estados Unidos, e está muito na moda em Londres. Lisboa está cheia de coisas novas, coisas giras e acabámos por achar interessante apresentar esta proposta à Câmara”, explica Rui Gaspar.

A Câmara Municipal de Lisboa aceitou e criou a iniciativa “Lisboa sobre rodas”, que arranca no próximo mês, onde se integra a Frigideira de Bairro e outros quatro conceitos.

Quem quiser provar as especialidades deste novo conceito já o pode fazer, na tasquinha fixa que o grupo abriu em Fevereiro, no recentemente renovado Mercado de Campo de Ourique.

Nos primeiros dias de Março, os lisboetas vão também poder disfrutar destes petiscos em vários pontos da cidade, de segunda a sexta-feira. Campo Grande, Entrecampos, Saldanha, Amoreiras e Cais do Sodré foram os locais escolhidos para fazer circular carrinhas e frigideiras.

A partir de finais de Março, as cinco carrinhas juntam-se de quinta a sábado, no cimo do Parque Eduardo VII, para oferecer “um fim de tarde e um início de noite aos lisboetas”, com programação musical e animação.

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