A Planeta Tangerina continua a apostar em livros em papel

Novo livro da editora portuguesa, "Uma onde pequenina", de Isabel Minhós Martins e Yara Kono, é lançado esta semana

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Planeta Tangerina

A editora Planeta Tangerina investiu na criação de livros para a infância interactivos, mas em papel, para que os leitores explorem as potencialidades do suporte e do objecto livro, disse à Lusa a escritora Isabel Minhós Martins.

Esta semana é lançado "Uma onda pequenina", com texto de Isabel Minhós Martins e ilustração de Yara Kono, o terceiro livro da "Colecção de cantos redondos", iniciada em 2011, e que privilegia a interacção entre o leitor, a história e o objecto livro.

A "Uma onda pequenina", que acompanha um menino na praia, a explorar os banhos de mar, ainda que com receio de tubarões, juntam-se os livros "Este livro está a chamar-te (não ouves?)" (2013) e "O que há" (2012). "A nossa ideia era ter livros que desencadeassem uma atitude por parte dos leitores e que fizessem passar a acção para o livro, sem perder o sentido da história", afirmou a autora.

A colecção foi iniciada em 2012 com o livro "O que há", ilustrado por Madalena Matoso, que interpela os mais novos a encontrarem determinados objectos numa gaveta, numa mala, na bancada da cozinha, no bolso do casaco ou no saco de praia da avó, encontrando correspondência e ligação entre vários espaços.

Quase um ano depois desta primeira experiência no catálogo da editora, foi lançado "Este livro está a chamar-te (não ouves?)", daquelas duas autoras, desafiando as crianças a utilizar, mais do que a visão, o tacto e a audição.

"O livro é um lugar, é um terreno onde se pode viver uma aventura, queremos que os leitores peguem no livro, brinquem com ele, passem a página, que lhe mexam", sublinhou. A editora decidiu avançar com esta colecção, quase numa resposta aos que perguntam quando é a Planeta Tangerina avança para as histórias em suporte digital.

"O digital, é verdade, tem um potencial incrível: pode ter som e movimento, ligar-nos a outros lugares", mas também pode ser "inconsequente". "Muitas vezes não dá pistas: mostra", escreveu Isabel Minhós Martins no blogue da editora.

A Planeta Tangerina, que começou por ser um atelier de design, foi premiada este ano em Itália como melhor editora europeia, numa votação entre pares na Feira do Livro Infantil de Bolonha. O catálogo da editora inclui mais de trinta títulos, traduzidos para outras línguas, como italiano, francês, coreano ou norueguês.

Isabel Minhós Martins assina grande parte das histórias editadas na Planeta Tangerina, ilustradas sobretudo por Madalena Matoso, Bernardo Carvalho e Yara Kono, o núcleo duro criativo do projecto. Entre os títulos contam-se "Quando eu nasci", "O livro dos quintais", "Olhe, desculpe, por favor, não viu uma luzinha a piscar?", "A manta, uma história aos quadradinhos" e "Enquanto o meu cabelo crescia". Há ainda "Irmão lobo", de Carla Maia de Almeida, "O caderno vermelho da rapariga karateca", de Ana Pessoa, e "Um dia um guarda-chuva", de Valerio Vidali e Davide Cali. A Planeta Tangerina está nomeada para o prémio sueco Astrid Lindgren Memorial Award de 2014, que reconhece escritores, ilustradores ou organizações e estruturas que trabalhem a promoção da leitura entre os mais novos.

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